O ROTEIRO
Este passeio era pra ter sido feito faz uns 2 a 3 anos e foi
adiado. Agora um evento de professores em Joao Pessoa foi a nova motivação para
faze-lo.
O intuito é visitar alguns locais do sertão da Paraiba e
Pernambuco.
abaixo uma ideia geral do percurso
abaixo uma ideia geral do percurso
Saimos de JP (Joao Pessoa) rumo a Cabedelo, de lá tomamos a balsa da
Costinha (eu e minha tara por balsas), passamos por Lucena e fomos pras praias
do Norte (Oiteiro, Campina e Barra do Mamanguape). Estrada complicada (mas
todos sempre a dar as dicas e até nos acompanhar por um trecho) por meio de canaviais, rios bonitos, açudes,
pequenos vilarejos, até chegarmos a Oiteiro. Falesias altas (tipo uns 15
metros), ao longe pro sul Lucena e alguns silos no porto de Cabedelo, o mar
sempre meio escuro, aparentemente misturado com areia e a faixa de areia em si
é dura e do tipo um pouco mais escurecida. Dali pro norte, para Campina (balneário, muitas casas de verão, mas
nenhuma pousada – tudo fechado pois afinal estamos no tal do inverno ou pelo
menos baixa temporada) , passamos por Lagoa de Praia (povoado entre lagoa,
campo de grama, dunas baixas, copqueirais e a praia em si. Muito bonito de se
ver, um local especialmente atrativo. Mais um pouco chegamos a barra do
Mamanguape, tem projeto TAMAR, uma vasta baia, sendo que junto a barra tem um
recife baixo de uns 4 ou 5 km.
Dali fomos para o interior, estradas complicadas, mas o povo
sempre muito animado para dar as dicas. Os paraibanos em geral são extremamente
gentis e solícitos e proativos. Finalmente chegamos em Bananeiras. Cidade
antiga, voltada para a agricultura, já teve seu apogeu, mas ainda bem agitada.
Como era cedo partimos para Areias. Cidade muito simpática e cometemos o erro
de não dormir por lá. Fica numa crista de morro, pirambeira pra todos os lados,
casario antigo, colégio católico enorme. Desde a Costinha (travessia de
Cabedelo) só pegamos estrada de terra até uns 40 km depois de Barra do
Mamanguape, na direção de Bananeiras (BR 101 no caso).
Voltando ao erro, seguimos em frente (esta região tem tudo
muito perto, cidades a cada 20 km etc...) e fomos dormir em Ingá. Só que lá não
tem pousada nem hotel. Todos que vão a Ingá dormem em Campina Grande (40 km
dali).
Pegamos um muquifo de 30 reais pro casal e achei caro. Foi
barra. Pensei que Dona Florinda ia espanar, mas ela encarou na boa. Dia
seguinte visitar a pedra do Ingá. Fantastico, imperdível. Uns 15 metros de
comprimento por uns 2,5 de altura, cheio mas cheio mesmo de inscrições
rupestres cavadas na pedra em baixo relevo. Maluquissimo ver aquilo. Desenhos abstratos
em geral, círculos, espirais etc... 1 a 2 horas é um bom tempo para isto.
Encontramos o secretario de turismo (Vavá – 72 anos algo assim) – super
entusiasmado em promover o local. Bom de conversar com ele.
Como a visita acaba sendo rápida, resolvemos ir pra Campina
Grande voltando por onde tínhamos vindo no dia anterior. Ótima ideia. Paramos em Alagoa Grande.
Teatro, casario, um lago no meio da cidade (daí o nome...) e uma Matriz super
bem cuidada. Nos receberam super bem. O pároco adora obras, esta o tempo todo
fazendo melhorias. Fora ser um fã de Padre Cicero. Ficamos um bom tempo por
ali. Subimos a serra (uns 400 metros de desnível) ate Areias. Mais uma passeada
por ali e finalmente fomos pra Campina Grande.
Em geral o asfalto esta em bom estado, mas surgem buracos de
repente, tem trechos pequenos mas ruins.
Campina Grande é uma cidade na faixa de 400 mil habitantes,
super agitada, muita coisa acontecendo. Dá pra sentir que é uma cidade cheia de
oportunidades e com grana rolando. Passa uma imagem de dinamismo maior que Joao Pessoa, especialmente se considerarmos o
fator turismo e capital de estado em JP.
Nada muito especial para se ver. O centro, estação de trem,
açude no meio da cidade, o mercado (grande e se vende de tudo, compramos
rapadura, frutas e até uma sacola para feira). Umas 4 horas são suficientes.
Partimos rumo sudoeste, no caminho compramos uns cajus
ótimos, mas caros pois não é época (R$ 10 por 8 cajus... mais 2 pra
experimentar), passamos por Boqueirao, onde tem o açude Epitacio Pessoa,
gigantesco (maio baixo atualmente em termos de nível de agua) que fornece agua
para 55 municipios algo assim. Cada vez mais sertão, até chegarmos a
Cabaceiras, a Roliude Nordestina (tipo uns 30 filmes e novelas já foram feitos
por ali – especialmente no nosso destino – Lajeado do Pai Mateus). Estradinha
de terra, 30 km até o Lajeado. Paisagem muito bonita, agreste (mas tudo verde
pois está começando a época de chuva). Muitos cabritos, algum gado, pouquíssima
plantação a não ser de palma.
O lajeado fica numa fazenda. Pode se hospedar lá e tem
almoço também. Evitar fazer passeios entre 11 da manha e 3 da tarde. Pelo calor
e sol. O lajeado é realmente impressionante. 5 km2, umas 300 pedras espalhadas
(matacões parece ser um nome mais técnico) – de tamanhos variáveis mas
tipicamente com uns 3 metros de altura por uns 5 a 6 de largura. O por do sol
ali é fantástico. Mais pro noroeste tem outro lajeado maior mas sem pedras por
cima. Tambem fomos no Sacas de lã, pedras meio quadradas como que empilhadas. Não
diria que seja indispensável visitar. Fomos com o guia Ribamar, não aconselho.
Eles tem dificuldade em combinar o preço pela visita etc... Acertamos para ele
levar apenas nós dois, quando vimos era um grupo de uns 30, com uma turma de
formatura no meio. Fomos fazer a visita sozinhos praticamente. Mas no final ele
quis cobrar o preço normal. Parece que isto acontece muito por lá. Não é necessário
guia. Da pra passar direto pela fazenda e ir visitar. Fingir que é do local.
ABAIXO MAPA DO LOCAL
ABAIXO MAPA DO LOCAL
Mas tendo a chance de visitar o Lajeado – não perca.
Alem do mais a cidade de Cabaceiras é muito simpática.
Alem do mais a cidade de Cabaceiras é muito simpática.
Dia seguinte estradinha de terra, sertão bonito, até São
Joao do Cariri (3ª cidade da Paraiba), casa dos árabes, igreja bem cuidada,
casario, casa onde Lampião se escondeu, o rio Taperoá tinha enchido com chuva
noturna, monte de gente na ponte para ver a enchente passar (por sorte vai lá
pro açude em Boqueirao). O rio se chamava Cariri (Fagner....) e mudou pra
Taperoa. Não me perguntem por que. Dali rumo sudoeste para Arcoverde, com uma
parada em Serra Branca que tem outro lajeado enorme. Na verdade são morros que
tiveram um pedaço apreciável simplesmente lavado e estão com a pedra nua e
exposta.
Chegamos em Arcoverde no meio da tarde. Nada especial para
se fazer a não ser visitar o parque do Catimbau. Mas não tivemos força ou animo
para longas caminhadas no sertão. No caminho belas paisagens, tipo chapadas.
Arcoverde tem um cinema de rua funcionando desde 1917. Fomos dar uma olhada –
bem cuidado, programação mais na linha de sucessos, tava passando Noé (Russel
Crowe). Alias em geral por aqui os filmes passam tipo 1 a 2 meses depois do
lançamento. Não sei como é em Joao Pessoa mas diria que não ocorre o mesmo.
De Arcoverde fomos rumo sudoeste para Garanhuns. No meio do
trecho uma subida boa, passamos de 500 metros para uns 950 metros de altitude.
Campos, úmidos, gado, plantações, engraçado ver isto. Garanhuns é um forte polo
da região, bastante agitada, o centro é difícil de se movimentar por conta das ruas
estreitas e do transito etc. Fora isto tem algumas atrações mas o forte dali é
o festival de Inverno. Visitamos alguns pontos mas o tempo estava muito ruim –
no sentido curitibano do termo (garoa, vento, neblina – só a temperatura que
não baixou muito).
Seguimos para Caruaru. Tempo um pouco melhor. Cidade
realmente impressionante pela atividade econômica. Dois shoppings de bom
padrão. A famosa feira – enorme. Alto do Moura com seus artesãos do barro.
Legal ver a turma trabalhando por ali. Acabamos comprando uma peça de Mestre
Manoel Eudocio (aluno de Vitalino). Impressionante como as peças feitas em
grande escala ficam feias quando a gente compara com as destes artesãos mais
dedicados. Museu do Barro e do Forro também interessantes. Centro super agitado.
Enfim, pra resumir, uma cidade
interessante.
Rumo Litoral, estradas em mal estado, muita curva, extensos
e gigantescos canaviais, passamos pela 101 e chegamos a Tamandare. 32 anos
depois. Totalmente urbanizada. Que surpresa. O centro da cidade bem desagradável.
Mas a praia continua ótima.
Com tristeza fomos embora, pra Metropole Recife. Como é
grande. Legal de chegar numa cidade assim, depois do sertão etc.
Passeio por Olinda a toa, muito bom. Almoço no Mourisco
(entre Pça São Pedro e Pça do Carmo) – excelente. Por quilo de qualidade. Lugar
agradabilíssimo. Diz que o Maxambomba ali perto é bom também. Por do sol no
Alto da Sé, vista do mirante da Caixa dagua. Mosteiro de São Francisco e de São
Bento. Conseguimos até dar uma olhada na igreja da Misericordia (abre pouco
tempo durante o dia...).
Dia seguinte longa jornada para a Oficina Brennand e
Instituto Brennand. São próximos, ambos muito interessantes mas a oficina é
mais legal. Fora isto o restaurante é excelente. Mas vale reservar um dia para
ir nos dois e eventualmente uma passada na casa de Gilberto Freyre.
Depois passeios pelo centro antigo de Recife. Igrejas, Marco
Zero, Sinagoga, Torre Malakof, as pontes, praças etc...
COMENTARIOS
Muito interessante ver o pique de evolução que rola pelo
menos nestes dois estados. Pernambuco parece um pouco mais a frente (com seu
lado bom e ruim.... como sempre). Tambem a diferença de estilo dos paraibanos e
dos pernambucanos. Não quero tentar explicar pois fatalmente a gente acaba
ofendendo alguém sem querer. Mas é interessante ver a mudança no contato com as
pessoas ao se atravessar a divisa estadual.
Comum aos dois lados é a maneira ainda aloucada de dirigir.
Cada um meio que faz o que quer. Mesmo em cidades maiores. Muita mas muita lombada de todo o tipo. Dá a impressão
que eu posso fazer uma lombada na frente da minha casa algo assim.
Os canaviais na parte do litoral, tanto PB como PE são
impressionantemente extensos.
Provamos algumas coisas que eu não conhecia.
Cartola – doce de banana com canela e queijo derretido.
Queijo Manteiga, Peteca (típico de Bananeiras, uma massa de
banana frita)
Mel de engenho (melado) com farinha, com doces, com
macaxeira, com queijo coalho etc.
Muito bolo de vários tipos.
De qualquer forma andar pelo sertão fora das principais
cidades requer um plano de contingencia especialmente para dormir. Muitas
cidades menores não tem local adequado. Não sei bem qual a solução (barraca,
saco de dormir, procurar alguém que ceda uma cama etc)
Recife me impressionou pelo porte, agito cultural mesmo em
meio a grande confusão, mas percebe-se um nível de agitação econômica, cultural
etc muito forte.
DICAS
Em Joao Pessoa
Rest NAU e Mangai (são do mesmo
grupo, o Nau mais sofisticado )
Rest Olho de Lula
Outros rest. com boas referencias : Guliver (Manaira), recanto do Picui, Peixada do Duda (pertinho do hotel Tambau)
Hotel Inter City Premium
Em Lucena
Local simples, almoçamos no
Arrastão, prato pra 2 por R$ 38,00, vista pro mar, bem na direção do centrinho
da cidade.
Em Barra Mamanguape
Pousada Luar na Duna (dona
Aparecida ) – tomara que você experimente as cocadas que ela faz.
Tem mais uma ou duas pousadas.
Em Bananeiras
Restaurante Chick Chick (da
Ivete) – self service muito bom.
Tem vários hotéis, sendo um de
alto padrão no centro (casarão recuperado mais ala nova) e mais pousadas e hotéis fazenda.
Em Areias
Lanchonete Mimos – na pracinha
junto a Matriz.
Loja de cachaças..... ??
Tem vários restaurantes e
pousadas.
Em Inga
Ficamos numa pensão – Itaquaty
(junto a pizzaria, na saída pra Pedra – aliás boa pizza ali)
Tem opções – motel Fujimori quase
na pedra, outra pousada em frente a feira de gado (chegada de Campina Grande) –
mas no geral é ruim – evitar dormir por lá.
Em Campina Grande
Ficamos no hotel Garden, dito o
melhor da cidade (R$ 240 o casal, caro pelo que oferece) – Tem outras opções boas e
mais baratas.
Almoçamos no chope do alemão –
bem no centro perto dos bancos. Otima comida, chope excelente. Foi fundado ali
por 1940 por um alemão que foi pra lá.
Em Cabaceiras
Pra comer meio complicado,
encaramos umas tapiocas na praça, junto da Igreja Matriz. Tem umas lanchonetes,
mas nada especial.
Pra dormir ficamos na pousada
Familiar Shalom (R$ 90 pra casal com arcondicionado e café da manhã) – simples,
limpa, bem atendida – eficiente
Junto ao Lajeado do Pai Mateus
tem o hotel da própria fazenda – R$ 270 por casal. Achamos salgado. Almoçamos
por lá (R$ 25 por pessoa – bem bom).
Tem outras pousadas – Cariri e
Berro do Bode (esta bem no centrinho)
Em Arcoverde
Ficamos no hotel Serrano (atrás
de um posto de gasolina) – aparência razoável, mas se mostrou péssima escolha
(R$ 100 a diária – não vale). Opçoes um tal de Bredo e o Cruzeiro (este perto
do Serrano – também num posto de gasolina). No centro tem uns hotéis simples
que parecem boa opção (LW é um deles).
Em Garanhuns
Ótimo hotel o Vivo Permanente (em
frente a prefeitura) – R$ 130 a diária, tudo em ordem mas o ponto alto é o
pessoal super prestativo e amigável. Não tem estacionamento. Mas deixa o carro na
rua sem problemas. Recomendo especialmente.
Restaurante quase ao lado do
hotel – algo tipo Tentação da Doçura. Por kg – muito bom. Serve lanches e doces
também.
Tem um hotel muito bem instalado
do SESC.
Em Caruaru
Hotel City Residence (junto a
Rodoviaria). Muito bom, R$ 150 a diária. Nesta região da cidade (entrada, perto
da Rodoviaria) tem um monte de hotéis de vários padrões.
Restaurante – Bode do Luciano no
alto do Moura. Bom. Na Avenida Agamenon, logo após o shopping difusora tem a
padaria Panini – bom para lanches, sopas etc.
Em Tamandare
Pousada Vila Marinha – muito boa,
frente pro mar (café da manhã poderia ser um pouco melhor)
Dizem que 100 passos e Vila dos
Corais também são boas
Tambem tem a Beira Mar e a Coral
Beach Resort (esta é a top da cidade)
Restaurante Tapera (perto da Vila
Marinha) – bem bom.
A SER EVITADO (ruim, caro e
demorado) – FRENTE DE QUINTAL. Fuja dele.
Em Recife
Hotel Cult. Ar condicionado meio
precário, mas vale a pena pelo restante.
Hoteis Zuni Mar e Zuni praia,
perto do Cult parecem bons e mais econômicos.
Restaurante Leite (prepare o
orçamento, mas VALE MUITO A PENA0
Restaurante entre amigos em Pina (perto
do 1º jardim).
Restaurante da Oficina Brennand.
FOTOS
a balsa que atravesa de Cabedelo para Costinha
praia de Oiteiro - ao fundo Lucena
praia do Oiteiro, Campina |
barra do Mamanguape
antiga casa de engenho de açucar em estrada de terra - região perto de Bananeiras
a cidade de Bananeiras
inscriçoes na Pedra do Ingá
teatro em Alagoa Grande
vista Alagoa Grande da serra para Bananeira
Mercado em Campina Grande
monumento a Jackson do Pandeiro e Gonzagão
Cajuzinho bão
Sacas de lã - no lajeado do Pai Mateus
sacas de lã
chegando no lajeado do Pai mateus
o famoso capacete - o que tem de filme e novela que se passa em volta desta pedra...
em Cabaceiras
abaixo - estrada no sertão - já verdejante pelo inicio das chuvas
São Joao do Cariri - cidade antiga
rio Taperoá (antigo Cariri) - apos uma noite de chuvas na cabeceira do mesmo.
serra do Jatobá em Serra Branca
chegando em Arcoverde
serra do Catimbau - perto de Buique
uma cidade cujo nome é auto explicativo
em Garanhuns - antiga estação de trem
Garanhuns
oficina de artesanato em barro no alto do Moura - Caruaru
mestre Eudocio e suas obras - Alto do Moura - Caruaru
lotação para estradas ruins
museu do Barro - Caruaru
Caruaru - vista do centro
a feira de Caruaru
Tamandare - maré alta na lua cheia....
Igreja da Sé - Olinda - final de tarde
igreja do Carmo - Olinda
Oficina Brennand - REcife
Oficina Brennand Recife
escultura em marfim (de mamute...) no Instituto Brennand
muro das lamentaçoes na sinagoga em Recife
monumento do Brennand em REcife - em frente ao marco zero
casario de Recife
museu do Frevo em Recife
a torre de Cristal no final da tarde