Prezados visitantes deste blog. Nesta viagem mudei um pouco o esquema. Coloquei fotos em vários posts com uma explicação pra lá de sintética Aqui neste post dou alguns detalhes do percurso em si. Mais pra diante quero colocar um posto com as tradicionais dicas praticas e também uma avaliação mais ampla. Vamos ver como fica.
A partir de Ouarzazate fomos rumo Nordeste, acompanhando o
vale do rio Dades, bem largo neste trecho. Montanhas nevadas (poucas), plano
empedrado e praticamente deserto. Visitamos 3 gargantas – a do Nguma primeiro
(logo após Skoura), a do Dades e a do Todra. Todas muito bonitas. A primeira é
ainda pouco explorada então tem o lado de nos sentirmos mais tranqüilos. Dades
é super explorada, fica longe da estrada mas a garganta em si é impressionante.
Todra fica mais perto da estrada principal e é bem interessante. Se for para
escolher apenas uma, eu ficaria com Todra. Todas possuem circuitos extras para
carros mais adequados ou motos etc. A partir de Tinerhir, um pouco depois,
tomamos o rumo sudeste indo direto para Erfoud. Terreno já fica bem mais bruto
e desértico. Erfoud é uma cidade simpática, com muita atividade relacionada a
colheita de tâmara e similares. Mais ao sul Rissani – que é a região onde
praticamente começou a atual dinastia do rei Mohamed VI. E mais 30 km já vemos
ao longe as famosas dunas do Sahara e
por fim Merzouga. A estrada ainda vai uns 40 km adiante. Mas deserto de pedra.
Argelia ali por perto. Em Merzouga a grande dica é subir as
dunas para ver o sol se por ou nascer ou as estrelas. Fomos apenas ver o sol se
por. A duna que subimos tinha um desnível de 100 metros mas bem inclinada. Foi
suada a subida....
Saimos de Merzouga rumo Norte – voltamos por Rissani, Erfoud
e El – Rachidia (cidade que nos causou péssima impressão). A partir dali o
deserto termina e comecamos a atravessar vários tipos de terreno, beirando
represa, campos de altitude, mais travessias, Midelt (cidade já com estilo dos
Atlas e deixando pra trás o jeitao de cidade do deserto).
Após Midelt a estrada sobe pruns 1800 metros e temos uns
campos de altitude fantásticos, florestas de cipreste e arvores similares, macacos
marroquinos (tipo um babuino menos exagerado). Descida para Azrou e Ifrani –
cidades de inverno, com casas com telhados tipo alpino e coisas assim. Muito
diferente de todo o resto do Marrocos, cara de interior da Franca mesmo.
Depois mais descida e entramos no grande campo (a uns 800
metros de altitude) de Fes. Cidade grande mas da pra se virar bem.
A Medina de Fes basicamente é um local dedicado a te vender
algo. Fora isto tem algumas atrações a serem visitadas, especialmente duas
Medressas do sec 14 e o museu Najarine. A idéia é ficar perambulando por ali e
sei lá fazendo bem o que. Perto dos muros da cidade tem o Borj Nord (uma
fortaleza no alto) que da uma vista muito boa da cidade, especialmente final de
tarde. Fora dos muros tem os ceramistas. As mesas de mosaico muito bonitas
mesmo. 4500 euros uma mesa redonda (uns 2 metros de diâmetro) – já incluída a
entrega na casa e os pés de metal... Mas bota bonito nisto.
Um dia fomos visitar Meknes (auto estrada super boa – 12 DR
para 50km). A cidade não tem lá tantas atrações mas é muito agradável de
visitar e dispender algum tempo por ali. Tem quase 25 km de muralhas (a gente
vê muralhas em tudo que é parte – inclusive alguns trechos tem paralelismo das
muralhas...)
Outro dia fomos visitar Volubilis e Moulay Idriss. Passeio
pela área mais ao norte de Fes – paisagens bonitas etc. A primeira e uma ruína romana, com vários
mosaicos, num local especialmente bonito. Vale a pena. A segunda e onde está o
tumulo deste Moulay – local de peregrinação importantíssimo etc. Não gostei.
Não sei se vale a pena. Mas o lugar da cidade, encarapitada em dois morrotes-
um de frente pro outro – é especial...
Depois de 5 noites em Fes – pegamos a auto estrada e fomos
pra Rabat (50 DR pelos 180 km), estrada excelente, da pra manter 120 por hora
numa boa. Guardas sempre de olho na velocidade. Neste trecho tinham 4 ou 5
grupos com radar. Param mesmo. Mas acho que tem negociação – se o excesso não
for demais.
Rabat é a capital do pais, cara de Paris, com Rio de
Janeiro, pouca gente de roupa típica, inclusive as mulheres com lenço já
diminuem bastante. A Medina é bem boa de caminhar pois as ruas quase todas
mantém paralelismo e não tem beco sem saída.
Tempo estava horrível. Alias o norte do Marrocos a partir de novembro
fica um saco (já era previsto mas este ano veio antes...), não esfria tanto,
mas dá lhe chuva que vai e vem. Tem o Chelah onde a cidade foi inicialmente
(Cartagineses, depois romanos depois árabes), a torre Hassan incompleta (chegou
aos 44 metros e não atingiu os 60 previstos...), o mausoléu do pai e do avo do
rei atual. Este muito interesssante pelo capricho, luxo e pela quantidade de
marroquinos que anda por ali.
Tinhamos deixado de ir no Ricks Bar em Casablanca no inicio
da viagem. Deu comixao, pegamos um trem (140 km, 65 minutos, 9 reais cada perna
por pessoa) e fomos jantar nele. Chegamos lá e – como sempre - motoristas dos petit taxis de Casablanca
nos esfaquearam. Mas o jantar, o serviço, o local etc do Ricks são muito bons.
Ainda bem que fomos.
De Rabat voltamos pro Norte, auto estrada e fomos a Asilah,
cidade fortificada construída pelos portugas (tem ate uma igreja católica em
funcionamento por lá, com cara de igreja baiana). Hoje tem muita atividade
artística por lá. Cidade MUITO simpática. Tipo de lugar legal para ficar uns
dias coçando, lendo, meditando, vendo o mar etc.
Fomos dormir em Chefchauen. Muita serra pra chegar lá. Mas
vale a pena. A cidade toda azul (esta a uns 1400 metros de altitude).
Ruazinhas, lojas que te deixam olhar em paz, gente boa, não muito grande. Otima
pedida termos vindo aqui. Montanhas altas do Rif ficam nos fundos da cidade. Na
primeira noite as trovoadas batendo nas montanhas eram uma boa de ficar ouvindo
e pensando na nossa fragilidade. Por sorte o sono vem logo.
Dali, rumo norte novamente e chegamos a Tanger. Pontinha
norte do Marrocos. Espanha em frente. Devolvi o carro sem maior stress (3830
km, 18 km/litro ). Aqui já é uma mistura
total. Ingles, espanhol, Frances ate português você ouve na rua.
Realmente uma cidade completamente diferente do resto do
Marrocos – talvez um pouco parecida com Rabat e Casablanca pelos traços europeus..
Mas a mistura é muito forte mesmo.
Agora é se preparar para atravessar para Espanha. 35 minutos
de barco rápido ate Tarifa (o porto mais próximo – coisa de 15~ 20 km)
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