Ideia antiga a de ir dar uma olhada no norte de Portugal. Vale mencionar
que o Sul é bem menos povoado, com bem menos cidades históricas e uma paisagem
mais homogênea. Então inevitavelmente a gente acaba sendo mais atraído para os
lados do Norte. A isto se soma a vontade
da Eliana ir conhecer a terra de onde vieram os avós paternos dela – Febres
dentro do município de Cantanhede (perto de Coimbra).
Juntamos este passeio com a estadia na Franca e uma viagem a Inglaterra.
Na verdade, acabou havendo aqui a junção de vários projetos.
Como o Alexandre, amigo de muitos anos, tem uma casa disponível (na
França) e a emprestou de bom grado para uma temporada, não resistimos a ir
passar uns tempos por ali.
E juntamos um passeio pela Inglaterra, de Londres até Escócia,
aproveitando para visitar minha irmã e cunhado que estão passando uma temporada
em Londres.
Mas estes dois assuntos estarão em outro blog, mais adiante. Aqui só
resumo como foi a estada:
- 3 semanas em Portugal - este blog
- 3 semanas em Livry (França)
- 4 semanas na Inglaterra (norte até
Escocia e Londres)
- 1 semana em Paris
- 3 semanas em Livry – novamente.
Por enquanto vamos nos ater a Portugal – 20 dias, 1000 km. Fomos mais
pelo lado do litoral, até Baiona (isto já fica na Espanha) e depois voltamos
mais pelo interior.
a)
UMA
APRECIACAO GERAL
Portugal é sempre um lugar muito gostoso para a gente
passear. Pela língua, pelo jeito dos portugueses, pela tranquilidade e pela
comida. Preços razoáveis. Abaixo da média europeia (do Oeste pelo menos). Enfim
– uma boa opção sempre.
Muito muito, muito
turista em Lisboa e Porto. Impressionante. Especialmente em Lisboa. Tudo sempre
cheio. Mas não creio que seja
impedimento. Procura horários menos tumultuados, desvia das aglomerações etc.
Mas a sociedade como
um todo passa uma ideia de muita gente aposentada ou vivendo às custas do
estado. Muito apego a burocracia também. Infraestrutura toda muito bem-feita (estradas,
ruas, prédios públicos, estaçoes de trem, ferrovias, portos etc)
Sobre as estradas em
si, no geral super amplas, super bem sinalizadas etc. Mas o movimento não é
tanto.
Os motoristas em
geral, educados, cedem a vez sem problemas quando necessário, pacientes, não tentam
tirar vantagem em alguma situação. Respeitam a sinalização como um todo. Não
consigo lembrar em todos os km que percorremos na Europa neste período (coisa
de 8 mil km) de ter visto alguém passar no amarelo para aproveitar o finalzinho
do verde. Amarelou, parou. E isto se propaga para os demais momentos no
transito.
A outra coisa que um
ou outro meio que “reclama” do jeito português. Confundindo com alguma forma de
grosseria. Não vemos desta forma. Eles são diretos em responder e deixam claro
o que querem ou esperam da gente. Bastante apegados ao literal, então esta
mania que temos por aqui de dizer não dizendo, ou dizer por vias enviesadas,
não encontra muita resposta por lá. So isso – nada de especial.
Naturalmente estou
falando da perspectiva de um turista médio. Não tenho como comentar para quem
está lá buscando se fixar, trabalhar, as vezes sem documentação etc.
No mais tudo funciona
meio como “antigamente”, digamos, apesar do sopro de modernização da comunidade
europeia....
Sobre Seguro Saúde –
Tem o seguro que você contrata no Brasil por X dias etc. Solução padrão, boa, já
usei e tranquilo. Temos optado por confiar no seguro do cartão de credito (pois
a gente compra as passagens com o tal cartão). Nunca usei. Por todas as referências
que tenho funciona normalmente. No caso especifico da França, conversando com o
pessoal que mora lá, nos contaram que não existe atendimento privado por lá.
Então não adianta ter seguro etc... Vai ter que ir na Rede Pública e esperar
pela vez. Se for emergência, naturalmente será atendido mais rápido. Não tenho
ideia na pratica como fica isto. Me parece tudo sempre nebuloso. Mas viajar sem
seguro saúde algum – me parece bem temeroso. Especialmente após os 50 anos de
idade. Alguns comentam que o seguro do cartão de credito supõe que você vai
pagar as despesas primeiro para depois (tentar?) receber. Me parece que é por aí
mesmo.
No que se refere a
seguro do carro, a coisa é mais nebulosa ainda. Não faço seguro na locadora,
uso o seguro do cartão de credito. Novamente questão controversa. Tomo um
risco, sei disto. Mas a economia é apreciável. Como diz amigo meu – se dá para prevenir
apenas pagando a mais, vamos por este caminho. Fica a critério de cada um.
Sobre celular – mais adiante
detalho, mas em principio levar um segundo celular, apenas com Google maps e
whatsapp e instalar um chip no mesmo. Wi Fi generalizado apenas na Inglaterra.
Portugal nem sempre, França menos ainda. O celular principal fica guardado, com
email, aplicativo de banco etc.
b)
ROTEIRO
Saímos do aeroporto de
Lisboa (uma confusão – visivelmente subdimensionado e mal preparado para o
volume de gente circulando por ali). Aliás – vale lembrar que para pegar um
Uber (ou equivalente) por ali, tem que ir nuns locais (2 eu diria), distantes
do desembarque. É onde os motoristas estabelecidos (leia-se máfia do taxi) permitiram que eles
operassem.
No nosso caso, como
alugamos um carro, foi mais tranquilo. Fomos direto para o cabo da Roca (ponto
mais ao oeste do continente europeu (9 graus e meio Oeste já....). So por
curiosidade a Ponta Seixas na Paraiba – nosso ponto mais ao Leste fica a 34,8
graus Oeste....). O lugar é bonito, bem instalado. Tentamos ir visitar um dos
castelos de Sintra, mas sem condições. Fim de semana, meio que fim de férias, sem
lugar para estacionar, depois de bom tempo numa fila que quase não andava,
desistimos e fomos visitar o Mosteiro – Palácio de Mafra. Impressionante o
tamanho destas construções. Fico pensando como o pessoal na época realmente
queria meio que ir ao infinito a cada obra. Ali na frente comemos nosso
primeiro doce português e – como esperado – muito bom. Uma coisa que nos
impressiona em geral neste tipo de pais (me refiro a Europa de maneira geral...
pelo menos o pouco que conheço da Europa....), é como dificilmente a gente acha
um local que tenha doce ou comida mal feita. Sempre é,
no mínimo, bom. Ou dali para melhor....
Depois de Mafra fomos
dormir em Óbidos, cidade super antiga, murada, não pode entrar carro dentro. A
cidade é pequena, então rapidamente a gente percorre a mesma, mas tem o lado
bom de entrar nas vielas, parar para contemplar os detalhes das casas, as
plantas etc... Muito bom. Por sorte a gente consegue colocar tudo que precisa
para 1 ou 2 dias em uma mala pequena apenas (estas de 10 kg) – então mesmo que
seja cidade só para pedestres ou escada alta (isto muito comum em Paris) – fica
mais fácil de chegar.
Estas cidades onde não
se pode entrar de carro de forma alguma, importante verificar se hotel fica
perto de um estacionamento externo além da mala leve e pequena, com apenas o
essencial para o período ali hospedado.
Partimos dali, pelas
estradas sempre ótimas (mas pedágio caro, bem caro) de Portugal. Fico pensando
na agitação que foi isto aqui nos primeiros anos que eles passaram para a
Comunidade Europeia.... Quanta obra para dar uma melhorada no pais....
Demos uma passada por Nazaré
– o famoso point das ondas altíssimas, mas que só aparecem em Novembro, o mar
parecia uma lagoa de tão parado. Bem engraçado de ver. Paramos num café e quem
nos atendeu era do Mato Grosso – impressionante, aqui em Portugal você não
passa um dia sem encontrar algum brasileiro trabalhando numa loja, bar,
restaurante etc... Tem muito muito. Chamou a atenção pela idade média dos
frequentadores (pessoal acima de 60 anos na grande maioria....) . Fomos até Fatima, grande centro de peregrinação. Muito
legal ver como a prefeitura e a igreja se uniram para deixar a cidade super
organizada, muito espaço para estacionar, muita praça para caminhar, calcadas
enormes e construíram um templo enorme para 8633 pessoas sentadas.
Impressionante. E legal ver a quantidade de gente que sempre está indo ali,
visitar, orar, agradecer etc. Alguns fazendo a calçada de joelhos – é um trecho
bem alisado e em descida de uns 180 metros. Pessoas idosas, com dificuldade de
locomoção e fazem quase todo o trecho de joelhos... Enfim – a fé move montanhas como dizem por ai.
Fomos até Batalha –
logo ao lado. Aliás – em Portugal, tudo fica sempre muito perto. Na estrada, ao
sair de uma cidade a gente já está enxergando a próxima. Quase sempre.
Especialmente aqui no Norte. Na parte Sul já tem mais terreno vazio. Batalha e
um mosteiro enorme –Bem localizado numa praça ampla. Tem várias salas ou
ambientes para serem visitados. Ali está a Filipa de Lencastre (origem inglesa)
que foi rainha, esposa do Rei Joao I (início do sec xv) – ela foi mãe de várias
personalidades importantes nos anos decisivos da história de Portugal – me
refiro a quanto o pais virou potência marítima, os descobrimentos etc. Destaco
Henrique o navegador que foi um grande impulsionador das navegações portuguesas
(e espanholas, meio que por consequência – imagino como era a competição e
espionagem entre os dois reinos....). A
cidade de Batalha muito agradável, tranquila, muitos espaços públicos legais.
Me chamou a atenção um bar num reboque – pertinho do mosteiro, vendendo um copo
de uns 250 ml de cerveja por 1 euro... A gente ficava tomando (estava quente,
fim de tarde etc...) Um depois do outro...
Outra coisa que vimos
tanto em Portugal como nos outros países que passamos, algumas hospedagens (
inclusive hotéis) onde a gente faz o check in sem falar com ninguém. O comum e
a chave estar numa caixinha com segredo que te passam, você pega a chave e
entra.... simples assim.
Enfim – de Batalha –
sempre no rumo Norte e não muito longe do Oceano Atlântico, fomos visitar
Conimbrigia – ruinas romanas, não muito extensas mas interessantes, um pouco
antes de Coimbra. Na verdade é o inicio do que viria a ser Coimbra. Imagino que
antes dos romanos já devia ter gente estabelecida por ali. Mas as construções mais
antigas são estas ruinas romanas. Em seguida fomos para a região de Cantanhede
especificamente na freguesia de Febres rastrear traços da família da Eliana
(Faustino). Logo no primeiro café que paramos já conheciam alguns Faustino,
fomos visitar um que se mostrou supersimpático e cooperativo, soubemos de várias
coisas do passado da família. Mas uma pesquisa mais seria ou mais aprofundada,
no sentido de ligar os que ali ainda moram ao avo da Eliana – fica mais
complicada. Teríamos que morar um tempo por ali. Etc. Aparentemente todos os
livros de registro da região foram digitalizados e estão no site da
Universidade de Coimbra. A noite pousamos em Coimbra, demos uma primeira
passeada pela cidade. Continua um lugar muito agradável, especialmente. A parte
baixa da cidade e as ladeiras que levam a Universidade em si. Dia seguinte mais
alguns passeios, especialmente na biblioteca da Universidade, o pátio enorme e
com vista muito bonita da cidade e do rio Mondego. Enfim, lugar que facilmente
a gente passaria bem mais tempo. Nos agradou muito. No início da tarde uma
rápida passada por Aveiro – famosa pelos canais e pelo doce – ovos moles de
Aveiro. Como era sábado à tarde, de sol – muita gente pelas ruas. Mas ainda
assim pudemos dar uma boa caminhada no centro da cidade. Dia terminou
atravessando o rio Douro e chegando ao Porto. Ficamos na casa de amigos lá. Na
região chamada Foz – ou seja onde o rio encontra o oceano. Bairro agradável,
tranquilo etc. Fomos pelo litoral oceânico até a praia de Matosinhos. Um porto
comercial bem grande, com vários navios, praias, a vista do pôr do sol e depois
umas sardinhas na brasa deliciosas.
Dia seguinte, domingo,
fomos pro lado sul – Vila Nova de Gaia – pelas praias. Estavam bem cheias.
Depois visita a Taylor (que lida com vinho do Porto há séculos e meio domina
pelo menos em espaço a região em frente ao Porto). Lugar bem instalado, gostoso
sentar no jardim e experimentar algumas opções de vinho do Porto.... O
famoso...
Fomos descendo por
dentro de construções e demos na beira rio, lado sul (da vila Nova de Gaia).
Legal ver muita gente
passeando, o sol brilhando, a cidade do Porto em frente, a agitação no rio
Douro etc...
Na segunda feira,
pegamos um ônibus de linha com dois andares (claro que fomos direto no assento
da frente, no andar de cima) que vai desde a Foz até a o centro da cidade. Só
este passeio já e uma delícia. La fizemos uma visita aos ditos pontos
principais. Tudo muito bomm, só nos arrependemos de pagar e esperar um tempão
para entrar na tal Livraria Lello – totalmente descaracterizada como livraria,
uma muvuca lá dentro com todos querendo fazer selfie etc... Enfim – perda de
tempo. Em compensação visitar a estação de trens de São Bento, a catedral
medieval, a ponte Luis I que liga Porto a Vila Nova de Gaia. Só para pedestres
e bondes elétricos agora. Atenção – esta ponte é linda mas não é a projetada
pelo Eiffel – que fica um pouco mais pra cima no rio (ou montante) e se chama
Maria Pia. São similares, é verdade e esta é mais impressionante....O centro do
Porto, com suas ladeiras, bequinhos, pracinhas, cafés etc já vale muito o
passeio. Um lugar que gostamos especialmente foi o passeio das Virtudes, meio a
oeste do centro tradicional, belas vistas para a parte oeste da cidade. Outro
ponto interessante, o mercado do Bolhão – na parte superior virou um shopping
de padrão alto e na parte central um pouco abaixo do nível da rua, um mercado
de comidas maravilhoso, com ampla variedade, preços razoáveis, tudo muito
limpo, animado, agradável. Porto assim
como Lisboa, por terem sido construídas num local com parte alta e baixa,
possuem muitos mirantes. Mas na verdade não são apenas mirantes, bem
arborizados, com bancos, cafés, restaurantes etc... servem de ponto de encontro
do pessoal local também.
Sobre os cafés em
geral. Tanto em Portugal como na França, raramente se encontra um local
especializado em café, que tenha métodos alternativos etc. O normal é
simplesmente a máquina de café – e fica a escolha entre Espresso, Com leite,
Americano (maior quantidade e menos forte) etc. Em Londres e um pouco em Paris
até a gente encontra aqui e ali umas casas dedicadas ao café. Mas no geral é o
café padrão. Mais forte e encorpado em Portugal, mais equilibrado na França.
E vamos em frente, no
rumo de Braga. Cidade muito bem cuidada, ajeitada. La passeamos com outro casal
de amigos (e filha) – fomos conhecer o centro de Braga, a catedral bastante
antiga e especial, as ruelas, os doces (sempre os doces....). Mas o ponto alto de Braga e a igreja de Bom
Jesus do Monte com suas escadarias e esculturas e um pouco mais acima o
santuário de Sameiro. Muito legal mesmo. Dentro de um parque enorme. Mas subir
as escadas vendo os detalhes em cada etapa já é a melhor parte do passeio.
Ainda sobre a catedral (Sé) de Braga. Algo praticamente imperdível, estilo, construção,
arquitetura etc. Mas o órgão de madeira dentro da mesma, é algo muito especial,
diferente de tudo que eu conhecia. O trabalho de escultura na madeira.
Outra coisa – vou
lembrando e jogando meio fora de lugar. Espero que isto seja suportável. Na estação
de trem de São Bento – no Porto – comprei num kiosque da Lyca Telecom um chip com
10 G de dados e 30 dias de prazo por 10 euros. Funcionou bem, inclusive quando cheguei
na Franca mais adiante.
De Braga com vontade
de entrar na Espanha e hablar un poco de Español – fomos ate Baiona (perto de
Vigo) e fomos descendo pela costa espanhola ate a o rio Minho, com uma foz
muito bonita de se ver e voltamos a Portugal. Impressionante a diferença quando
se está na Espanha, pessoal já bem mais agilizado, agito maior etc. No caminho
passamos por Ponte de Lima – assim como Guimaraes – cidade ligada a fundação de
Portugal. Pequena, antiga, ruas e vielas estreitas e sinuosas. E o rio em
frente. Muito agradável. Diria que Guimaraes e Ponte de Lima (esta bem menor)
são praticamente visitas imperdíveis nesta região.
Fomos dormir em
Guimaraes, já na volta da Espanha, que é praticamente o berço de Portugal. Foi
a primeira capital, onde os fundadores começaram o reino – batalha de São
Mamede em 1128.
Cidade também especialmente
interessante. Ruas estreitas, sinuosas, construções legais, o Palacio e a
Fortaleza no alto.
Vale lembrar como –
quase em toda a parte da Europa é assim – quando a gente se refere ao centro é
a parte praticamente medieval da cidade, onde a mesma começou e que hoje é
quase só dedicada ao turismo. A cidade real fica em volta naturalmente. Apesar
de ali no centro medieval de Guimaraes cortei o cabelo num barbeiro (mudo) que
visivelmente não era dedicado aos turistas...
A praça da Misericórdia
e as ruas que saem dali. Tudo muito tranquilo, uma cidade pequena, mas muito
atraente, charmosa.
A esta altura começamos
nosso retorno a Lisboa, desta vez mais pelo interior, digamos mais perto da
fronteira com Espanha. Neste rumo paramos em Amarante, outra cidade antiga de
ruelas simpáticas, na beira do rio Tamega. Fica num vale bem fechado e vale a
pena dar uma voltinha pela cidade. Nada muito chamativo, mas o jeito diferente
da cidade já nos atrai e ficar por ali olhando e nos aproximando das coisas da
cidade já está bem bom. Sempre tem uma particularidade, um detalhe que vale a
pena dar conferir.
Este trecho, de
proposito, fomos por estradas bem secundarias (ou seriam terciarias?) no rumo
do rio Douro, que fomos encontrar na altura de Mesão Frio. Aliás outra pausa –
aqui para falar dos nomes das cidades e lugares em geral em Portugal. Sempre (ou
quase sempre...) curiosos, como a gente conhece a língua, chama a atenção ao
uso tão diferente do nosso que eles fazem da lingua Portuguesa (sem nunca
esquecer que a língua foi criada lá em Portugal.....rsrsrsrs). A vista do
Douro, tanto do alto como da beira do rio e especialmente bonita e empolgante,
as videiras, as vinícolas, as cidadezinhas penduradas etc. Muito legal.
Dormimos em Peso da Regua (outro nome peculiar... fui olhar, na verdade é a junção
de duas cidades, Peso e Régua.....).Mas o nome que mais me chama a atenção ainda
é Freixo de Espada a Cinta...
O trecho famoso do rio
Douro é justamente pela N 323 desde Peso da Régua até Pinhão, coisa de 26 km
que valem muito a pena. As parreiras, as vinícolas, as vistas do rio. A cidade
de Pinhão vale para um passeio. Em verdade passamos um pouco a cidade e fomos
até um mirante pouco adiante (na própria N323
- mirador Torguiano). Fizemos isto e voltamos rumo a Lamego apenas para
dormir. Numa rápida passada pelo centro da cidade parece outro lugar
interessante de visitar. Mas ficou para uma próxima vez.
Dia seguinte rumo a
serra da Arada, um maciço de vegetação baixa, na faixa de 1100 metros de
altitude, bastante amplo, campos extensos, vales bonitos. Um trecho muito
especial da viagem. Por sorte dia limpo pudemos ter uma vista ampla da região
da serra e dos lugares mais abaixo, em torno da serra.
Indo tranquilamente
pelos caminhos da região chegamos a Gouveia que fica no pé da serra da Estrela.
Cidade já construída meio na encosta do inicio da serra. Nada especial mas
simpática. Ali compramos um queijo da Serra da Estrela com sua casca seca mas
macia e por dentro muito cremoso, um pouco acido ou azedo, mas uma delicia
total. Bom demais.
Dia seguinte cedo começamos
a subida. Muitos mirantes. Vistas magnificas dos vales que vão ficando para
baixo. Vegetação baixa, muito capim, muita pedra aparecendo e a gente vai
subindo direto. Gouveia está a 650 metros de altitude e rapidamente a gente
chega nos 1300 metros. Paramos na vila de Sabugueiro, com muita cara de vila de
montanha, bem conservada, mas praticamente dedicada ao turismo (pousadas e
similares). Fica num vale com saídas em várias direções. Prosseguimos,
desviando um poucopara ver a nascente do rio Mondego. As vistas continuam
magnificas e bem pouco movimento por aí, apesar das estradas asfaltadas e bem
sinalizadas. Mais adiante uma barragem da represa de Lagoa, já na faixa dos
1600 metros. Logo em seguida começou um nevoeiro forte, legal ver o efeito de
mistério ou de encobrimento, mas atrapalhou nossa chegada na tal da Torre – que
fica a 2 mil metros de altitude. Completamente enevoada, vento forte, sem previsão
de limpar o tempo. Foi mal. Descemos pelo lado leste da serra rumo a Manteigas,
mas estrada interrompida (era prevista de estar aberta justamente a partir
daquele dia....não estava – as delicias do serviço público em geral ) e
descemos rumo a Covilhã indo dormir em
Monsanto.
Que cidade particular
esta Monsanto, especial. Toda construída meio que encaixada num monte de
pedras. As casas se misturam ou se juntam com as pedras, praticamente não
existe automóvel por ali, muitas ruelas estreitas, rentes as portas das casas,
que por sua vez estão em geral emendadas com as pedras. Algo muito interessante.,
bonito de se ver. Em volta a vista vai longe pelas planícies da região. Pode se
ver a serra da Estrela ao longe, bem longe. Lugar muito interessante mesmo.
Com a vontade de andar
um pouco pela Espanha continuava, demos uma segunda fugida para o pais vizinho,
indo visitar Cáceres. Cidade medieval, murada. A Plaza Mayor – que fica junto a
cidade murada (mais antiga) mas do lado de fora, e especialmente legal de ver
as pessoas indo e vindo tanto turistas como locais. E, como sempre,
simplesmente andar a esmo dentro da cidade medieval já e uma experiência muito
legal. Neste caso, praticamente em todos os pontos da cidade murada chegam
automóveis, então surgem hotéis alto padrão que aproveitam esta facilidade.
Dia seguinte, volta a
Portugal para visitar Marvão, coloquei o destino errado no GPS e acabamos
perdendo umas 2 horas entre ida e volta e uns 170 km (a 2 euros o litro da
gasolina....). Por sorte o carro fazia 17 km por litro. Um Peugeot 308
excelente.
Marvão continua
tranquila, legal, interessante. Pequena, então rapidamente a gente percorre de
um lado ao outro. Murada, encarapitada no alto de um morro. Uns 250 metros de
desnível entre o nível da cidade e da região no entorno. Marvão também pode ser
acessada por carro em toda a parte interna, ou quase toda. Facilita chegar no
hotel quando se hospeda ali dentro. Não sei bem como fica para estacionar por
tempo mais longo. Estas cidades antigas,
muradas, como Marvão, Monsanto, Cáceres etc. uma das coisas que mais me agrada
e encontrar becos totalmente perdidos onde a gente não consegue nem entender
direito se os locais por ali servem de residência, escritório, hotel ou algo do
gênero ou simplesmente estão abandonados. Ficar um pouco por ali – curtindo o
silencio, a tranquilidade, de séculos digamos assim (talvez exagerando.... Eu
sei)
Dali fomos dormir em Évora,
praticamente última parada antes de Lisboa. Évora e outra cidade murada, mas
com intenso trânsito de automóveis e ônibus e caminhões dentro da cidade antiga.
Meio inadequado, mas enfim – eles decidem o que é melhor para eles. Cidade bem
maior, com muitas atrações. A catedral, o templo romano, as ruelas
(novamente...). A comida, local de boa gastronomia. Nas dicas mais adiante tem um
bem especial a respeito de Évora (restaurante Origens)
Finalmente de volta a
Lisboa, carro devolvido – como é bom se livrar do carro numa cidade grande....
Super complicado pegar o Uber – pois só tem dois lugares – ambos longe do
desembarque – onde se pode tomar Uber ou similar. Aliás – Portugal em
burocracia ou atraso tem muito disso. No hotel, sempre querem tirar cópia do
passaporte (exigência da polícia) e por aí vai. Lembrando que ficamos 70
minutos na fila para carimbar o passaporte na chegada.
Impressionante como o
movimento e agito na cidade cresceu desde a última vez que estive aqui. Coisa
de 17 anos. Muita gente na rua, carros, ônibus, muito hotel, muito restaurante,
lojas sempre com gente dentro.
Mas a cidade continua
muito agradável, muito gostosa de passear e ir descobrindo os segredos da
cidade. Rampas, miradores, becos, ruelas são a melhor parte. Parar para tomar
um café, um doce ou um fininho (copo de 250 ml de cerveja) também vai bem.
Pegar um bonde para ir em algum lugar ou só para dar uma volta.... Problema que
em geral estão cheios. Ir cedo é uma boa opção ou pegar uma linha menos
frequentada.
Tomar cuidado, pois
todas as visitas são cobradas e com valores expressivos. Seja igreja, monumento
etc... Maioria dá para comprar antes e agendar. Mas tivemos a má surpresa de ao
visitar os Jerônimos (por exemplo) mais da metade estar inacessível e fomos
cobrados valor inteiro. Coisa bem desagradável. A exposição do Gulbekian ainda
é um ponto alto na cidade, obras de arte de todo o tipo, escolhidas com um
gosto excelente. Imperdível eu diria.
Outra experiência que
tivemos muito especial foi uma apresentação por um quarteto de cordas, de músicas
do Queen (Vivaldi ou algo assim acho que teria sido melhor... ) no pátio de uma
igreja, a noite com luz de uma quantidade enorme de velas – eles chamam de Candlelight
experience (https://candlelightexperience.com/) = a
gente fica que parece que está num sonho ou um filme meio surreal.
Pegar o trem no cais
do Sodré e ir até a torre de Belém ou Cascais, beirando o Tejo também é algo
muito bom de se fazer. O castelo de São Jorge é praticamente obrigatório de ir
(entrada 15 euros) – bonito de se visitar e as vistas de lá também especiais.
Mas acho que quase comparável são as vistas dos miradouros na mesma sequência
de morros – mais para dentro de Lisboa (ou mais ao Norte do castelo) –
Miradouros da Graça e da Senhora do Monte.
Acabamos não visitando
Sintra – pena. Da para ir de trem. Bom saber, pois o movimento por lá (trafego
veículos) é intenso em dias mais agitados.
E assim fomos nos
despedindo de Portugal e partindo de avião para Paris (assunto de blog mais a
frente)
c)
DICAS
Esta lista está bem
mais tímida do que as dicas que passo de outras viagens. Acho que o principal
motivo é que pra estes lados da Europa tem tanta boa opção, que não é o caso de
focalizar em uma ou outra que por acaso a gente tenha ido. Então menciono
apenas locais que tiveram um destaque especial mesmo.
No geral as docerias
em Portugal são quase sempre boas. Dificil escolher ou indicar uma como melhor
que outra etc.
BATALHA – hotel Batalha.
Muito bom. Moderno, preço bom, bem localizado, otimamente instalado, café da
manhã delicioso. Na frente tem um mercado Pingo Doce (nosso preferido em
Portugal) –que abastece.
PORTO – no bairro da
Foz tem uma associação dos jovens empreendedores (rua de Paulo da Gama) – a comida
é OK, mas a vista no por de sol é imperdível.
Castro – Espanha (perto
de Baiona) – ótimos frutos do mar e bacalha no casa de la abuela. Alem do mais,
vista bem agradável para um jardim interno.
Baiona – panaderia la
Pintora. Antiga, super agitada, muita coisa boa.
GUIMARAES – Hotel Mestre
de Avis – o hotel bem bom – mas o que chamou a atenção foram os docinhos
portugueses no pequeno almoço (também conhecido como café da manhã). Eram minúsculos
e deliciosos. Coisa especial mesmo.
LAMEGO – nos hospedamos
numa casa (tipo airbnb) um pouco afastada do centro. Complicada de chegar. Mas
tão bom, tão bom. A vista, o tamanho, as instalações, o acolhimento dos proprietários.
Bom demais. Casa da ti´Augusta.
EVORA – o hotel Moov é
uma opção muito boa. Bem localizado, com garagem, ótimo café da manha. Quarto é
pequeno mas funciona bem e o preço super razoável.
Fora isto –
provavelmente um dos melhores restaurantes de toda a viagem – ORIGENS – perto da
praça principal. Bom demais.
LISBOA – Casa do
Bacalhau – rumo do museu do azulejo. Tudo muito bom ali.
Restaurante Cantinho da
Rosa na rua da Rosa – comida boa – mas o lugar com muita cara de Portugal –
todo o jeitão. Delicia a sardinha na brasa deles.
vistas do cabo da Roca
convento de Mafra
Obidos - os turistas (final de verão) saindo da igreja livraria
a praia de Nazaré - famosa pelas ondas. Um lago tranquilo. Na verdade as mega ondas quebram mais pra direita.
tudo Alcobaça ai pra cima e abaixo - a chaminé da cozinha...
fico pensando quando estas datasa foram escritas... será que imaginavam que 400 anos depois ia ter gente contemplando?
acima o mega templo em Fatima (8600 lugares) e abaixo detalhe do Cristo no altar.
acima Fatiam - abaixo a porta principal do Mosteiro de Batalha
olha dos detalhes - numa parte não terminada em Batalha
adoro os detalhes da gárgulas - cada uma com uma expressão
acima e abaixo Conimbrigia - ruinas romanas...
Esses mosaicos mostrando cenas da vida diaria - são coisa muito especial...
a igrejinha matriz em Febres - terra da familia da Eliana
Coimbra e seu jeito - antigo e mais antigo ainda... Traços romanos, medievais, arabes etc...
uma estatua de uma vendedora de algo liquido - será ginjinha? Eliana na fila esperando ofertas...
órgão da capela da Universidade
os famosos canais e barqcos tipicos de Aveiro. È um emaranhado de canais, lagunas etc que chega ao mar.
Praias ao sul do Porto
a famosa ponte ligando a Vila ao Porto
a ponte moderna que cruza o Douro mais a jusante do centro do Porto - rumo a Foz
Azulejos no centro do Porto
vista da Vila Nova de Gaia. A parte arborizada ao fundo são as instalações da Taylor
vista de esguelha do rio Douro e a avenida construida sobre a água...
Braga vista da Igreja de Santo Antonio do Monte
os jardins são um destaque em Braga (aliás muita coisa bonita em Braga)
a Sé de Braga
a Sé de Braga
Estátuas interessantes em Braga - atelier de um artista plastico
um banco curioso em Ponte de Lima
Balcao de um hotel em Guimarães - feito de livros. É o tema deles...HOOL - Hotel da Oliveira
dentro do castelo
a famosa mesa gigante. Diz que dai veio a expressão fazer a mesa...
capela junto ao castelo
o castelo de Guimarães
Amarante - para cima e para baixo
eclusa no Douro
as plantaçoes bem espaçadas (uva e oliveira similar) - quantos anos devem ja estar usando estes terrenos. Aproveitando o micro clima
Nós na serra da Arada - friozinho...
passagem especial na serra - passo do Inferno ou algo assim
amoras - são praticamente uma praga na Europa em geral - -neste final de verãoUma delicia...
cabritos mudando de pasto
Nascente do rio Mondego
serra da Estrela em geral. Paisagens mudam bastante lá em cima.
a neblina chegando.
descendo rumo a Manteigas - estrada fechada, saimos por outro lado.
decoração de predio no caminho para Monsanto - em Covilhã - abaixo idem
Monsanto e as pedras...
uma arvore de cortiça - que foi tirada a casca em 2023.... (Por isso o 3) - agora esperar coisa de 7 a 8 anos para a proxima "colheita"
praça de Touros na Espanha
chegando em Marvão
Marvão e a vista do terreno em volta...
um mictorio em Marvão
o castelo de Marvão
Sé de Evora
aquedutao de Evora
chegando em Lisboa - o Cristo em Almada
Lisboa vista do castelo Sao Jorge
turista desprevenido avaliando ou meditando sobre a ascenção e queda dos imperios...
a Sé (Medieval) de Lisboa
Praça do comercio - que patio grande. bonito.
o movimentado Tejo
as tuas e bondes de Lisboa - avaliando como consegue perder o pé num bonde destes...
Republica de estudantes
um dos miradouros perto castelo Sao Jorge
a torre de Belem....
mosteiro dos Jeronimos (paga inteira mas só metade aberto.... golpezinho triste)
arrumando as malas no nosso apê em Lisboa. Av Almirante Reis
trocando ideias com Fernando Pessoa - de forma enfatica. Afinal a o Tropicalismo foi movimento poetico ou não? a questão em discussão
Obidos
uma brasileira que trabalha na Univ Coimbra - fazendo o doutorado e pagando os estudos com o trabalho. Super animada. Cosia boa de ver
o famos queijo
Evora
Em Lisboa - loja da familia (para quem não sabe - meu pai era Anibal Ferreira Marques)
4 comentários:
Parabéns Amílcar! Acho que nem um português conhece essas características da terrinha... texto é fotos ótimos!
Amilcar , dádiva poder viajar e aproveitar tanto como Vcs fizeram !! Uma viagem fantástica até pra quem le !! Sua fluência ao narrar detalhes e lugares nos leva juntos!!! Adorei viajar com vcs !! Abs
Esqueci de assinar!!! Rsrs
Não vou ser repetitivo... EXCELENTE!!!
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