Powered By Blogger

terça-feira, 12 de maio de 2020

VALE DA RIBEIRA - CERRO AZUL A ADRIANOPOLIS e RIBEIRA (SP) - 72_2020

Mesmo com a pandemia do CoVid19 solta por ai - a gente aproveita para ir a lugares isolados e desertos para fugir um pouco da avalancha de noticias que nos cerca.

E falando em isolado e deserto - impossivel não pensar no Vale da Ribeira. 

A Ribeira do Iguape (isto é o nome de um rio na verdade) nasce nas beiras da escarpa devoniana lá perto de Itaiacoca, na verdade - pertinho do passo do Pupo - alguns metros ao norte do mesmo. 

Vai serpenteando pela região e lá muito na frente se junta com o Açungui (este nasce pertinho de São Luiz do Purunã) e tornam a Ribeira um rio mais encorpado que segue em muitas e muitas curvas. 

Quando já está quase saindo no mar (lá em Iguape, na ponta norte da Ilha Comprida) cruza com a BR 116 (Regis Bitencourt) em Registro. 

Lá pelos meus 9 anos de idade, quando vinha com a família num fusca apertadinho, desde lá de Niteroi até Curitiba, a travessia da ponte em Registro sempre era um momento especial. Afinal era a maior ponte que a gente atravessava nos mais de 800 km de viagem (a ponte Rio Niteroi não existia ainda.... e se existisse não ia contar - pois é grande demais e não atravessa nenhum rio - mesmo que este seja de Janeiro...).   Alem do mais era um sinal que estávamos na parte final da longa viagem.

Enfim - a Ribeira tem um local especial nas minhas memóriasde outras épocas.

Fora isto - das regiões em torno de Curitiba, considero o vale do Ribeira uma das mais agradáveis de se ir. Clima sempre mais quente, os paredões das montanhas, as vistas, o rio sempre presente etc.

E olhe que Curitiba tem uma boa coleção de regiões bonitas em volta (Serra do Mar, Campos Gerais, Mata Atlantica na descida para Joinville, baia de Paranagua, Ilha do Mel, campos da Lapa etc.)

Enfim - no sabado 9 de maio resolvemos ir dar mais uma volta por lá

Ida passando por Rio Branco do Sul - eita cidade mal cuidada. Prova viva que simplesmente implantar uma fabrica que gera empregos não é muita garantia que vai ser bom para a cidade. Dá para escrever um bom tratado sobre o assunto, mas deixemos isto de lado.  Por ali sempre compro algum lanche na panificadora Rainha (no desvio do centro, logo após o posto de gasolina Tiririca) - os produtos em geral são de boa qualidade, apesar da aparencia um pouco estranha do local.

Depois é a estrada para Cerro Azul. Muitas curvas, bem pavimentada, mas sempre tem que ter cuidado com o movimento de veiculos, pedestres, animais etc...

Uns 16,5 km depois da rótula na saida de Rio Branco, tem uma estrada de terra a esquerda com indicação da pousada Ribeirão das Flores. Esta estrada desce em direção ao vale da Ribeira e tem muita coisa bonita por ali. Inclusive consegue chegar na barra do Açungui - onde o mesmo se junta com a Ribeira. Ali vi um jacaré (pequeno é verdade) numa praia do rio. 

E finalmente Cerro Azul. Nada especial. As construções antigas chamam a atenção, lembrando um periodo longinquo onde Cerro Azul tinha uma importancia economica forte na região. Dali parte uma estrada rumo a Tunas do Parana (dizem que foi muito usada para quem precisava ir ou voltar de Cerro Azul e a estrada via Rio Branco era impraticavel.)

Saimos da cidade no rumo (norte)  de Dr Ulysses (a famosa). Segue um pouco menos de 4 km nesta estrada e chega na ponte sobre a Ribeira (ponte enorme - preparada para muitos anos de crescimento forte do trafego de veiculos - só espero que ela aguente a proxima enchente do rio....).

Dá até para estacionar em cima da ponte e dar uma contemplada na paisagem. Mas nosso rumo é justamente na cabeceira da ponte (antes de atravessar) - pegar uma descidinha a direita numa estrada de terra. Todas estas indicações de direita e esquerda sempre feitas considerando o sentido que estamos tomando. No caso saindo de Cerro Azul para Adrianopolis.  

Atravessando a ponte segue rumo a Dr Ulysses (45 km - hora e pouco de viagem na terra) e mais umas 2 horas (coisa de 70 km, bem enrolado pois tem muuuita bifurcação) chega em Jaguariaiva ou em Senges. 

Voltando ao roteiro, desce a direita antes da ponte e segue beirando o rio com paisagens muito bonitas mas poucas chances de chegar na beirada do rio exatamente. 

Devido a forte seca aqui na região, o rio estava super baixo, com muitas pedras aparecendo e o fundo de areia super visivel. Bonito de ver. Mais bonito ainda pois praticamente não se ve os tradicionais sinais de poluição que tem em outros rios. Sacos plasticos e garrafas PET presos em arvores ou acumulados nas pedras - não vi praticamente nenhum.

A estrada segue assim por 12 ~13 km até deixar o rio e subir para o alto dos morros.  Este trecho sem estradas aparentemente é uma area protegida ou reserva. A gente vai até uns 680 metros de altitude e depois de uns 25 km a estrada volta a encontrar a Ribeira novamente. Belas paisagens novamente.

Neste trecho tinha obras da Copel, trocando a posteação ao longo da estrada. Paramos para conversar com um pessoal e eles comentaram que a Internet ali era mais ou menos mas que agora com a fibra otica da Copel ia ser bem melhor. Que legal ouvir isto.  Muito bom

Finalmente a gente chega a Adrianopolis, depois de mais uns 22 km aproximadamente. Adrianopolis é assim assim. Do outro lado do rio tem a cidade paulista de Ribeira, tambem nada de especial. Mas tem alguns hoteis com cara razoavel, para quem quiser passar a noite.

A volta para Curitiba direto pelo asfalto, que até o km 40, aproximadamente, tem vistas muito bonitas das montanhas. Tem como ir pelo caminho do Perau tambem. Ao invés de subir pelo asfalto, segue mais uns 4,5 km (depois da fabrica de cimento), ali vira a direita e sobe até o km 37 (aprox) do asfalto. Belo trajeto. Uns 58 km até Tunas.

Em Tunas do Parana - logo na chegada (que é praticamente a saida tambem, da cidade) tem a lanchonete Straube (a esquerda de quem vem de Adrianopolis, logo após a pontezinha) Muito boa - considerando que estamos em Tunas. 

Mais uns 35 km vem Bocaiuva do Sul, tem o restaurante Broto - bem na chegada, lado esquerdo de quem vai para Curitiba.

Chegando em Curitiba, ali pela Embrapa - começa uma serie de muitos e muitos radares. Cuidado. Fora isto o transito na região é pesado e agitado. Cuidado.

Fui olhar a historia de Cerro Azul, foi amparada desde o inicio pela Princesa Isabel que vislumbrava ali o bom potencial agricola (região sempre foi famosa pela produção de citricos). Inicio da vila em 1862. E assim foi até a proclamação da Republica, quando a cidade foi praticamente abandonada. Apenas nos anos 40 que o interventor Manoel Ribas fez abrir a estrada que liga a cidade a estrada da Ribeira (na epoca a unica ligação rodoviária entre Curitiba e Sao Paulo) na altura de Tunas do Paraná. 

Outra curiosidade. O rio que passa ao lado de Cerro Azul e logo depois desemboca no Ribeira é o rio Ponta Grossa. Nasce lá perto de Tunas e vem descendo a serra. 

Todo este trajeto pode ser feito com um carro normal desde que alto. Não precisa usar tração 4x4 nem nada deste estilo




seguem fotos


 Iniciando a descida pra Cerro Azul

o Ribeira perto de Cerro Azul

 prainha simpatica

olha a cor da agua - verdinha e transparente....

 estas placas meio sem noção (bem vindo ao Sul, senhor do Paraná e por ai vai.... este tal de livre arbitrio...)

pontes que já foram carregadas pela enchente em Cerro Azul. Adrianopolis tambem tem algo assim.

 a Ribeira quase seca em Cerro Azul

a prainha de novo - mas a água tava fria. Aquela jangada deve ser ótima para a criançada brincar...

 Vista pros lados de Sao Paulo


cabritos (vimos vários no trecho) - estes atravessando o rio do Rocha - pequena comunidade no caminho.




 muito legal esta indicação - Adrianopolis e rumo SP, a outra mostra o rumo PR - incluindo Cerro Azul

a Ribeira já perto de Adrianopolis...duas fotos abaixo... Para mostrar a água...

 na subida de Adrianopolis para Tunas