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sábado, 20 de outubro de 2018

NOROESTE ARGENTINA e ATACAMA - 3 - COMENTARIOS E NOTAS PRATICAS

1) COMENTARIOS GERAIS

Então - agora algum descritivo alem das fotos

no total foram aproximadamente 9.500 km em 26 dias.

maioria no asfalto, partes de terra com muito pó mas veiculos normais passariam numa boa, provavelmente em velocidade mais baixa

momento complicado - em termos de estrada - foram os quase 1.000 km de São
Borja a Curitiba, nos ultimos dois dias da viagem. Estrada muito movimentada - especialmente de Sao Borja a Erechim e depois de Concordia até Curitiba (ou seja - sobra pouco com movimento um pouco menor)


mas o grande problema é o asfalto completamente destruido.  O serviço publico realmente não consegue resolver nada que valha a pena comentar. 

Para (num passo adiante) deixar mais nitido ainda o descaso e falta de compromisso com a sociedade (os otários que recolhem imposto de forma obrigatoria )  do serviço publico - transformando praticamente em escarnio - a unica atividade que percebi foi na região proxima a União da Vitoria o pessoal interrompendo a pista para - adivinhe - pintar flechinhas no chão indicando (onde começava e terminava as pouquissimas terceiras pistas)  que haveria uma abertura ou fechamento das pistas.  Realmente é muita muita falta de respeito mesmo.

As estradas na Argentina e Chile sempre bem cuidadas em todos os sentidos. Os guardas argentinos acabaram totalmente com a mania que tinham de morder os brasileiros com pequenas ajudas ou contribuições. Praticamente não fomos parados e quando fomos era apenas para verificar documentos e seguimos em frente logo em seguida.

Fazem já 42 anos que visito a Argentina
 
Aliás - falando em Argentina - tem um blog que acho especialmente bom de consultar. Pelo estilo que é escrito, pelo tipo de informação, pela objetividade e pelas fotos. Sugiro dar uma olhada:
 
 


sempre gostei e continuo gostando de tudo na Argentina. O contato com as pessoas é especialmente agradável e eles cada vez mais gostam do Brasil, do nosso jeito de ser, das praias (claro) e por aí vai.


mas nas ultimas vezes que tenho ido lá e desta vez especialmente,  é perceptível uma maior dificuldade de funcionamento da sociedade. Pagamento com cartão sempre complicado, acrescimo de taxas na faixa de 10% para uso do cartão, burocracia para várias coisas (até pra comprar um chip pro celular a coisa complica....), sempre fila e demora para abastecer o carro, predios publicos bastante abandonados, bastante pedinte na rua (menos que aqui...), muito cachorro vira lata pela rua e entrando em lojas etc. . Pequenas coisas que mostram a dificuldade da sociedade se tornar mais evoluida. 

O Chile continua no seu ritmo particular, ba...   fdsadfsjkhfdaskjhstant. Aliáse agitado, o povo mais recolhido, mas muita coisa acontecendo, movimento enorme nas áreas comerciais, tudo sempre funcionando de forma tranquila. Eles tem aquele jeito mais introvertido, mas nada de muito incomodo....

Sempre interessante comparar o estilo das pessoas na Argentina (parecidas com nosso jeito - mais abertas, mais extrovertidas, mais exibidas) com o jeitão dos Chilenos (mais fechados, mais voltados para negócio, mais quietos etc..).
Claro que na pratica o contato é sempre bom, pois ambos são tranquilos (como qualquer povo pra ser sincero) e acabam topando uma boa conversa, cada um ao seu jeito ou maneira... 

Sobre os passos de travessia nos Andes - poucos ficam abertos o ano todo e mesmo assim as vezes fecham por nevascas. Os que ficam mais horas abertos são o Libertadores (Mendoza - Santiago) e passo Jama (Salta - San Pedro Atacama). Tem sites e tweets que informam sobre isto. Mas do que vimos o melhor é ir na delegacia de carabineros (Chile)  ou da policia caminera - gendarmeria  (Argentina) e obter informação da hora. Pois eles falam com o pessoal que está de fato lá no passo. Especialmente no lado chileno. Enfim - assunto para ser checado com antecendencia e depois um ou dois dias antes.

Na fronteira cuidado - pessoal adora esquecer de carimbar sua saida do pais. Quando chegas na outra aduana - cade o carimbo ?? Saia justissima..... Maioria dos passos mais movimentados já integraram no mesmo predio os dois paises. Mas nem sempre é assim..... 

As travessias, como duram pouco tempo não chegam a impactar na oxigenação do pulmão. O tal mal de altura ou apunado... Para se precaver, tomar Diamox antes da subida, chá ou folha de coca e - já meio paranoia - as farmacias vendem tubinhos de oxigenio comprimido... 

Sempre acho uma boa ideia levar alguns brinquedos, lembranças, canetas, cadernos ou coisas assim. A gente atravessa regioes muito pobres (especialmente nos passos...) e é legal distribuir alguma mini alegria pro pessoal...

Vinho em restaurante no Chile tem sobre preço parecido com alguns casos do Brasil (coisa de 100%). Na Argentina é menos. bem menos...

Argentinos abusam um pouco da buzina. Sempre alguem cutucando a mesma. 

Supermercados quase nao tem mais sacola ou cobram por fora. 

Falo meio na brincadeira mas os supermercados chilenos são uma atração que vale a pena dar uma olhada. Dizem que os melhores são o Jumbo e Tottus, não sei bem. Mas é legal de ver a variedade e qualidade do que eles vendem.

Uso de cartão de credito na Argentina é uma loteria... bom levar Visa e Master. Bom ter cash sobrando. Apesar da nota mais comum ser a de 100 pesos (equivalente a aprox. 10 reais... ) ou seja  - bolos consideraveis de grana...Mas não creio que isto seja perigoso. Nao me pareceu que - mesmo Cordoba ou Corrientes  que foram as maiores cidades que visitamos  sejam especialmente perigosas, comparando com cidade equivalente no Brasil...

No geral sempre muita coisa doce para vender na Argentina. Nos kioscos, nos cafés, nas confeitarias etc. mas - subjetivamente- os argentinos parecem em media mais magros que os brasileiros...

 







2) ROTEIRO

saimos na sexta 28 de setembro. 

Eliseu Galva (amigo e ex colega de trabalho) e eu

Estas viagens para a região do Atacama normalmente levam a dois dias iniciais bem puxados. 1200 km no primeiro dia - de Curitiba até Corrientes, com a vantagem que os ultimos 300 km são região bem plana, muita reta. Depois até Salta mais plano ainda. 

Salta continua uma cidade agradável, movimentada, cheia de atividade e turismo tambem. Dali fizemos um bate volta até Hornocal (que fica numa serra forte logo depois de Humahuaca) para conhecer o tal mirador das 14 cores. Muito bonito, impressionante. Ver as diversas camadas que foram se depositando e depois a Natureza no seu pendor natural (ops!) para aprontar, levanta estas camadas, coloca quase na vertical e pra finalizar, faz um desgaste diferente em cada camada. 

Os ultimos 23 km (aprox) são de subida forte e muito pó e pedra. Mas praticamente qualquer carro passa. 

Em Salta ainda o grande programa é ficar em volta da praça vendo o agito. Fui ver as múmias de 3 crianaças (eles expõem uma de cada vez) que foram achadas a mais de 6 mil metros de altitude, da época dos Incas. Interessante ficar olhando aquela criança e pensando como foi a infancia dela, os ultimos momentos antes do sacrificio, o que ela viu, pensou e o que os que estavam em volta pensaram tambem. 

Dali fomos para Cafayate, e a estrada - especialmente a segunda metade da mesma - é uma atração fantástica pelas várias formações geologicas que existem. Tem que reservar tipo uma manhã longa pelo menos pra fazer os 240 km entre as duas cidades


Cafayate cresceu bastante desde 2003, quando estive ali. Mas mantem o ar de uma cidadezinha do interior, tudo tranquilo. Impressiona a quantidade de vinhedos plantados em volta da cidade. 

Fui cortar o cabelo num cara chamado Damian. Ele é o tal do psicologo pratica, conversamos muito sobre a vida, como cada um se comporta etc. Gente boa demais...


Novamente fizemos um bate e volta de Cafayate, rumo a Tucuman. Mas dormimos uma noite lá. 

A estrada creio que é quase mais interessante que Tucuman em si. Logo no inicio tem as ruinas de Quilmes. Na encosta de um morro uma cidade super organizada, que começou pelo ano 1.000 DC. Vieram do norte e escolheram ali. Enfrentaram os Incas por um bom tempo. E os espanhois tambem. Mas acabaram sendo invadidos e a cidade foi arrasada. 
Depois a estrada sobe bastante, atravessa um passo a 3.000 metros (Infernillo) e desce pro vale de Tafi que é muito bonito, todo verde, um lago enorme.

Continua a descida, vira floresta, uma estrada toda serpenteante até chegar na planicie (que aliás é a grande planicie que é a parte principal da Argentina como um todo), mais um pouco Tucuman.

Cidade agitada, cheia de historia (aqui foi assinada a primeira ata de independencia do país) muito movimento nas lojas etc.

Voltamos a Cafayate e via parque Cardones fomos para Cachi (já nas altitudes). Neste trecho dois grandes atrativos, a cuesta del Obispo que sobe até uns 3,500 metros - serpenteando numa beira de montanha (a tal Cuesta) e depois a planicie de altitude que é o parque Cardones. Tudo muito lindo. 

Depois de uma descida a gente volta ao vale do rio Calchaqui e chega em Cachi

Esta já tem um ar bem boliviano- peruano. Cidade de montanha. Pouca coisa pra fazer, mas legal de ficar por ali. Fomos comer algo no boteco do Oliver - e lá dentro tinha um adesivo do Tatuira (de Canto Grande) = do Lói e esposa. Enfim - o dono e o Lói são amigos de longa data. Mundo pequeno.... O Lói é amigo desde anos 80 na ilha do Mel. 

Dia seguinte acordamos cedo pois o trecho era longo. Continuamos pelo vale, sem muita subida por um tempão até que chegamos no pé do Nevado Acay e encaramos uma boa subida por um tempão. Manadas de guanaco ali por perto. Pedaços de gelo tambem. 

Até chegar no famoso passo de Acay a 4950 metros de altitude. No Himalaia tem vários passos mais altos - aparentemente o record é 5.883 metros na India. Mas este é o mais alto das Americas e - fora do Himalaia provavelmente um dos mais altos. Vista fantastica, ventos terriveis, muito frio. Do outro lado uma descida mais suave rumo a San Antonio de los Cobres - que continua tristinha e feia mas é ponto de passagem importante nas travessias do Chile pro Peru aqui no norte. 

A estrada segue sempre por vales, planicies, lagos de sal até chegarmos no passo de Chorrilos a 4.440 metros e depois o passo Sico. Tudo sempre muito bonito, cheio de formações que parecem a mesma mas vão se modificando a cada momento.

Agora o passo Sico está unificado (tramites Argentina e Chile no mesmo local). Logo em seguida, já em territorio chileno, começou uma nevasca leve, mas que para a gente impressiona demais. O terreno em volta ficou esbranquiçado e o espetáculo estava demais.

Interessante que logo que a gente vai chegando na planicie do Atacama as nuvens acabam, como que represadas e impedidas de entrar na região do deserto.

Por causa da neve não pudemos visitar a laguna Miscanti, que estava com entrada proibida por perigo da gente ficar preso por lá.... 


Finalmente chegamos a San Pedro.

 Continua uma cidade completamente desorganizada, crescendo do jeito que dá, sem nenhum melhoramento, mas creio que os turistas gostam daquela sensação de fronteira, fim de mundo ou sei lá o que. 

Demos uma volta pelo Salar no dia seguinte, vimos flamingos, olhos de agua, as formações, e no final da tarde o famoso por do sol no vale da Lua. 

Um local que ouvi falar bem e as fotos comprovam são as tais lagoas secretas... sai para Calama, anda uns 15 km pega a esquerda na B 241 e vai ate´as lagunas de Baltinache. Parece legal. 

Para visitar o vale da Lua pela parte de baixo tem que ir bem antes do por do sol . Eles fecham mais cedo.

 

Dali fomos a El Tatio - desta vez com carro próprio. A estrada em otimo estado, mas pegamos -11o C no caminho. Um pouco antes de começar a clarear. 

A visão dos geyseres começando a atividade, atingindo seu pico e depois se acalmando é muito legal. A paisagem em volta tambem. Diria que uns 200 turistas ou mais estavam por ali.

Dali fomos direto a Calama, passando por Chiu Chiu (famosa mas feia - salva a igreja super tradicional no estilo andino) e Caspana - num vale, dedicada a horticultura, bem quieta e escondida. E a paisagem geral dos Andes, vulcões etc.

A tradicional visita a mina de Chuquicamata e depois dormir em Antofagasta. Estrada a partir de Calama bem cheia de caminhões e carros em geral, mas pavimento e sinalização em bom estado.

Antofagasta, a neblina do Pacifico na chegada, bem perto do mar a neblina se vai e pegamos um por de sol no Pacifico. Marco da viagem. 

Dia seguinte visita na cidade, muita coisa legal de olhar (era um porto super movimentado para escoar as extrações minerais vindas da montanha, da Bolivia, de Chuquicamata e muitas outras minas). 

Boa comida, shoppings enormes e movimentados, super mercados super agitados e por ai vai. Legal ficar por ali. 

Dali descemos algumas horas (coisa de 600 km) pela Panamericana - até Copiapó. No caminho um desvio pelo parque Pan de Azucar - praias lindissimas, formações ainda mais estranhas, muita umidade por causa da temperatura do mar etc. Outro desvio foi pela tal Bahia Inglesa. Uma praia pequenina, quase em Copiapó, de aguas muito transparentes, não tão frias como a média das outras praias e uma formação de pedras em volta que deixam o local especialmente bonito. Vale a pena. Na ruela paralela a praia alguns restaurantes, dá pra comer um peixe ali - mas nada muito digno de nota.

Mais um pouco chegamos a Copiapó, local hoje dedicado a frutas e que começou com a exploração de minas e jazidas. Uma das primeiras (eles dizem que é a primeira, mas parece que é a terceira) ferrovia da America do Sul foi ali - para levar os minerais até o porto no Pacifico. 

Cidade simpatica, praça super frequentada, mas nada muito especial para se ver. Impressiona a faculdade de Mineralogia (tão antiga quanto a ferrovia - 1917 aproximadamente), cheia de estudantes e bem agitada. 

Dia seguinte - partida para o Passo San Francisco. 475 km sem gasolina e um passo sujeito a fechamentos.

Tudo isto vale muito a pena, paisagem deslumbrante, primeiro vales desertos que começam bem amplos e vão se afinando, depois encostas para subir, dai as montanhas nevadas, os altiplanos, os lagos e salares, os picos altissimos (Ojos del Salado ali bem na frente), gelo acumulado praticamente em cima da estrada. Muito vento e frio  (cacau no labio....) a divisa e passo a 4780 metros de altitude  e depois a descida super tranquila pro lado da Argentina, ja com uma paisagem totalmente diferente e finalmente o vale de Fiambalá, oliveiras, plantações, mas ainda desertico.

Dormimos em Tinogasta - cidade que - não tenho ideia do porque - me agradou demais. Me senti bem ali. Gostoso andar na praça, pelas ruas, cumprimentar as pessoas.

Mais pra frente a estrada continua em vales, descidas, curvas etc ate chegar em La Rioja via Aimogasta e el Huaco. Muitas oliveiras. Dizem que de alta qualidade. Acabamos meio que passando direto por ali.

La Rioja é simpatica, tivemos sorte de pegar tempo fresco (em Tucuman tambem) - boa de caminhar, me pareceu cidade bem agradavel, acima da media. Sorveterias e cervejarias a vontade. Sinal do calor....

Fica exatamente onde acabam as montanhas e começa a planicie. Mesma situação de Tucuman e - quase - de Salta. Mendoza assim tambem. 

Esta região acabou nos obrigando a fazer meio que um zig zag, devido aos lugares que queriamos visitar. Neste rumo fomos mais pro sul rumos aos famosos parques de 

a) Ischigualasto - basicamente um grande campo de fosseis que devido ao tamanho formam caravanas de carro e vão parando (5 paradas...)  e o guia (Americo o nosso guia) vai explicando. Ficou um bom passeio. Coisa de 2,5 horas. Paisagens incriveis- Lua, Marte - sei lá. Este parque tem basicamente resquicios do inicio dos dinossauros. Coisa de 250 a 180 milhoes de anos atras. E a gente vai vendo aquelas camadas mostrando como a Terra foi se transformando.... até virar este oasis que é hoje....

b) Talampaya - acesso com bicicleta, em onibus de turismo do parque (pessimo onibus, apertado, sem ar condicionado) ou roteiro a pé (leva 6 horas....). Neste caso temos um canyon - com idade parecida a de Ischigualasto. Optamos pelo onibus, tambem vai fazendo paradas. O canyon é muito bonito mas o passeio em si no Ischigualasto é mais interessante. Não creio que seja o caso de abrir mão de uma das duas. Vendem ingressos on line - talvez valha a pena pois o onibus lota e dai tem que esperar mais uma hora...

Dominando a região tem o nevado Fatimina - grande e imponente. Legal de sempre procurar onde ele está...

Na região tem poucas pousadas, a gente acabou indo dormir em Villa Union, uns 60 km ao norte de Talampaya (e 120 de Ischigualasto...). Lugarzinho pequeno, tranquilo. O legal dali é que subindo mais pro norte vai pra laguna brava e depois corona del inca e dai o passo pircas negras, que acaba saindo em Copiapo de volta. Mas - parece - abre apenas de novembro a março....

Dali fomos num tiro só (coisa de 300 km) até as sierras de Cordoba. Uma extensa planicie que a medida que se afasta das montanhas vai se tornando mais verde, mais umida. Até que se chega numa area salina - onde fica uma graminha sem graça, tudo muito plano. Em seguida a gente já vai vendo as tais sierras. 

Parece a serra da Canastra, pois é um grande maciço - coisa de 200 a 300 metros mais altos que a vizinhança, mas bem delimitado, como se fosse um mega navio naquela gigantesca planicie argentina.

Cruz del Eje é a cidade polo destes lados. Dormimos em San Marco Sierra - 20 km dali, meio hippie, meio esoterica. Gostei do lugar.... ruas empoeiradas... uns bichos grilos, umas mulheres engraçadas.

Dia seguinte fomos contornar a sierra - Capilla del Monte (com o famoso pico Uritorco - ponto mais alto das serras e uma rua coberta ) - cidade simpatica

E assim vão se seguindo as cidades, cada vez mais urbanizadas. Los Cocos e La Cumbre em seguida - estas duas tambem simpaticas, pequenas. Los Cocos parece ser bem alto nivel em termos de moradores. De La Cumbre tomando rumo oeste a estrada sobe para uns campos e chega no tal Cuchi Corral - região onde se criavam as mulas que ia pra Bolivia carregar prata etc e que depois acabaram indo pro Rio Grande do Sul e deram inicio ao tropeirismo no Brasil. 

Dali pra frente as cidades já vão ficando turisticas demais, La Falda tem o famoso hotel Eden que era o ponto alto da região no inicio do sec 20. Mais um pouco e chega Cosquin que já é bem sem graça mas tem um teleferico (cadeiras do tipo pista de esqui) que levam ao topo do morro Pan de Azucar - com uma vista fantastica - tanto da area baixa das sierras com suas cidades, da area alta com seus campos e tambem na planicie de Cordoba. Vale muito o passeio. 

Dali pra frente é uma cidade junto da outra, bastante movimento e o lago San Roque - bonito aliás - e dai vem a "Villa"  Carlos Paz - polo enorme da região, cheia de turistas, a beira do lago, muitos hoteis etc... Nada especial ali. 

Ainda fomos a Alta Gracia - mas fora a missão Jesuita não tem nada de especial tambem.

Chegamos finalmente em Cordoba. Metropole - agitada, grande. Mas gostei muito de visitar

Afinal é cidade importante praticamente desde o inicio do sec 17. Foi polo cultural, politico e economico de uma regiao que ia de Buenos Aires até Bolivia e boa parte do Peru. Agradavel de passear, muitas ruas de pedestres, bons restaurantes, lanchonetes, bares. Museus e igrejas para quem quer visitar

Tem a imponente (em epocas passadas) estação de trem Mitre. Ainda tem trem de passageiros para Buenos Aires e Tucuman. Mas bem decaida. 

A empresa que administra nao permite fotografar as bilheterias e nem as plataformas de embarque. Beira o engraçado...
 

Um dia demos um fugida até as missoes jesuitas de Jesus Maria - muito bem cuidada e legal de visitar e logo ao lado La Coroya - que teve o predio bastante alterado por ter sido usado como fabrica de facas na Independencia (sec 19) e depois como recepção para imigrantes italianos no inicio do sec 20. Alias a vila de La Coroya é um enclave super italiano na região. Vale a visita. 50 km do centro de Cordoba. 

Em Cordoba chama a atençao as igrejas, inclusive a do Sagrado Coração (meio fora), os museus bem montados, a quadra dos Jesuitas, a praça Espanha, a tal Cañada que é um riozinho canalizado que corta a cidade - com jardins e area de lazer no entorno.

Cordoba é o inicio da região super agricola da Argentina que vem até a fronteira com o Brasil - no rumo leste, atinge o Paraguai ao norte e vai até a altura de Rosario e mais adiante um pouco pro sul

estradas retas, atravessando varias cidades menores visivelmente dedicadas ao agro negocio em geral. Velhas estações de trem sendo usadas ou não usadas de diferentes formas.

No caminho paramos em Miramar, na beira da Laguna Mar Chiquita. Um lago de agua salobra, com uns 70 km de diametro, no meio da planicie. 

Fomos visitar sobrinhos em Rafaela (sede da Ilolay) - cidade pequena, simpatica e agradavel. Nossa sorte continuava pois o tempo ainda fresco.


Dia seguinte - Santa Fe, tangente a Passo de los Libres, entrada no Brasil por Sao Borja e o pedagio extorsivo para cruzar a ponte (R$ 53,00) sobre o rio Uruguai - enorme naquela altura.  Fora isto a gasolina do lado Brasil estava R$ 5,13 e do lado argentino algo em torno de R$ 4,20....

O trecho de Parana até quase Passo de los Libres é bem deserto, asfalto em mal estado (bem melhor que no Brasil) e com poucos recursos. Em Federal (nome de cidade) tem restaurante, gasolina etc.
 

Falando nisto - trocar oleo do carro na Argentina é complicado. O posto não faz isto (a maioria absoluta), tem que ir numa oficina ou local especializado. Tem que marcar hora. Enfim - uma chatice....

E dai a tortura de viajar no Brasil. Estrada completamente inadequada. perigosa. Trafego intenso de caminhao em quase todos os 1.000km até Curitiba. pavimento com todo o tipo de defeito. 

Dormimos em Ijui- cidade simpatica e agitada no meio da zona agricola do RS

dia seguinte Curitiba....





3) DICAS PRATICAS

- em Coronel Vivida - rumo sul - logo após a cidade posto Ipiranga no lado direito - lanchonete muito boa. San Rafael - BR 158

- em B Irigoyen (junto a Barracão e Dionisio Cerqueira) - restaurante Forcheta - na praça grande

- em Salta - restaurante dona Salta - faz anos que as empanadas ali são boas. Continuam.  Para trocar dinheiro - praticamente não tem casa de cambio - tem que fazer na rua - calle Espanha perto da catedral

- em Cafayate - restaurante da bodega Nanni, restaurante el Rancho, sorvete no Miranda, pousada Tierra del Vino (calle Quintana de Niño), rest Terruño na praça.  sorveteria Miranda - super tradicional, mas o sorvete de uvas não é lá estas coisa (Malbec ou Torrontes - por supuesto...)

- em Tucuman - hotel LG (local estranho, mas não acho que seja inseguro e funciona tudo bem) e cafe Filipo na rua de pedestres. Pra fazer cambio tem algumas lojas na call San Martin perto da Maipu

- em Cachi - Oliver resto bar. Local agradavel e está sempre aberto (isto não é comum na Argentina)

- Antofagasta - hotel Check in, restaurante Wari (muuuito bom) , café Lavoro  na San Martin , antes da Plaza Prat, comida rapida no mercado central (plaza sotomayor). Compramos vinhos numa loja - Rincon del Vino - na Av Ejercito - beira mar, perto do quartel - lado sul da cidade. 

- Copiapo - restaurante Costa Brava (pescados - muito bom), hotel Montecatini na Jose Infante - meio estranho de fora, mas muito legal e bom de ficar. 

- Tinogasta - rest El Rancho

- la Rioja  - hotel Qawhana - longe do centro mas muito bem instalado e agradavel de ficar. Restaurante La Vieja Casona muito bom - dizem que o Corral é bom tambem. sorveteria RioCrem.





Cordoba e região

- hotel B131 - na Belgrano 131. Muito bom em tudo
- rest Patio da Cañada - junto a mesma. Muito bom :
 
 
 
- esquina da Belgrano - la vieja esquina - excelentes empanadas. 
- em Jesus Maria - resto bar 1790 em frente a missao. Excelente e o pessoal adora musica brasileira e o Brasil em geral. Servem até tapioca....
- restaurante Estacion 27 - perto da Belgrano 
- restaurante Alfonsina - perto Manzana Jesuita
- cafe Velo na Av Colon
 - nietas de Nilda na Guemes - a comida é OK, mas o atendimento e o local são legais
- sorveteria Mayo na Belgrano (tem em Carlos Paz tambem) - muito boa.


Ijui 

- hotel Vera Cruz e restaurante - no centro. Muito bom


quarta-feira, 3 de outubro de 2018

NOROESTE ARGENTINA e ATACAMA - (2) - FOTOS






 Aqui neste POST só fotos. No post seguinte comentários e dicas.


chegando em Cafayate - ruta 40 e vinicolas

chata de carga no rio Parana em Corrientes


rio Parana em Corrientes

a gigantesca ponte sobre o Rio Parana entre Corrientes e Resistencia




indo para Salta no meio do Chaco Argentino - tudo muito plano

uma barriguda em Salta


onibus adaptado (lembro destes onibus trabalhando como colectivos em Buenos Aires pelos anos 80 ainda....)

vista de Salta com os inicios dos Andes aos fundos




formaçoes coloridas na quebrada de Humahuaca

subindo para Hornocal - morro das 14 colores - lá embaixo região de Humahuaca


o morro das 14 cores - na verdade placas (eram horizontais) sedimentares que em algum arroubo da mãe Natureza - se levantaram







em Humahuaca - lembranças do carnaval boliviano

abaixo igreja em Humahuaca


marco do tropico de Capricornio

estreitamento da quebrada de Humahuaca


cemiterio curioso acima e abaixo o morro das 7 cores. pela iluminação e comparado com o 14 cores - ficou bem sem graça




estaçao de trem Alemania recuperada   - entre Cafayate e Salta

a quebrada neste mesmo trecho - bem sinuoso





garganta del diablo quase em Cafayate

os castillos de pedra - chegando em Cafayate


plantaçao de Malbec antiga mas mantida baixa

os deliciosos jardins internos em Cafayate


contrafortes dos Andes e a garganta del Diablo vista por dentro




rio espraiado perto de Cafayate e abaixo corte de grama ecologicamente correto em Cafayate tambem





as videiras - vistas mais de perto

e igrejinha no caminho norte da ruta 40 - rumo a quebrada das flechas




na ruta 40 rumo Norte em direção a quebrada das Flechas










acima o nevado Cachi - pico San Martin - visto de longe (final da quebrada das flechas)

telefone de emergencia na beira da ruta 40





flor de  cactos - comem o fruto inclusive (cardon na verdade)

lhama na estrada para Tucuman


vaso no museu de Quilmes, com rosto de pessoa

abaixo ruinas de Quilmes


ruinas de Quilmes

abaixo vista do vale a partir de de Quilmes




Quilmes

pedra cerimonial - os escavados representam estrelas




subindo a montanha rumo a Tucuman - Puna


Tafi del Vale





Casa da Independencia em Tucuman - onde foi feita a primeira declartação de Independencia da Argentina

sala onde foi assinada a declaração da Independencia


Edificio dos Coreios em Tucuman

museu da Cana de Açucar - antigo engenho de açucar


Carreta de cana de açucar

lago em Tafi del Valle





Menires em Tafi - num parque meio amontoado de menires - foram recolhidos em toda a região...

descendo para Tucuman e olhando para os contrafortes dos Andes - lá no alto 4.300 metros de altitude


bodega El Esteco na saida de Cafayate

estrada 68 rumo a Salta - mas viramos a esquerda antes - no rumo de Cachi


cemiterio no começo da subida da Cuesta del Obispo

vale da Cuesta del Obispo


tudo na Cuesta del Obispo - subindo e subindo até chegar no parque Cardones






a pampa do parque dos Cardones

Condor lá no parque Cardones


Guanaco solito passeando nas alturas


outro morro (Tin Tin) com várias cores

o pico San Martin - agora bem de perto


a famosa reta do Tin Tin - 10 km dizem - não conferi

no meio do parque dos Cardones




rebanho de ovelhas e plantação no vale perto de Cachi

este rio sai da abra de Acay e vai lá adiante de Cafayate




Cachi - igreja e casariio


acima - loja antiga daquelas que vendem de tudo (muitas ervas e temperos...) em Cachi e abaixo praça principal de Cachi a noite




 subindo para Acay - amanhecer nos Andes (nevados de Cachi)

a paisagem dos vales -já passou muita agua ali. Vai saber quando.


 retões no vale.


familia muito querida (parei para conversar com eles) na subida pro Acay

Guanacos na estrada




swubindo pro Acay




finalmente lá no alto - 4950 metros de altitude

Salinas Grandes vista do paso de Acay - San Antonio no meio


descida para San Antonio

abaixo o trem da nuvens em San Antonio de los Cobres - como é o usual - parado sem previsão de dia de sair




vista da aconchegante San Antonio

abaixo mais um Passo - agora rumo ao Chile




o trem que liga Argentina a Antofagasta

salar e planicie (a 4 mil metros ) na chegada do Chile


A aduana integrada Argentina e Chile

abaixo entrando no Chile - placa bonita (a da Argentina ilegivel) e - asfalto....

dali um pouco adiante - veio a nevasca


acima a neve que caiu durante a nossa passagem

vista do salar de Atacama


laguna azulada na chegada do Atacama

a estrada subindo pro passo Jama e - mais importante ainda - pra ir pra bela Bolivia


lagunas salgadissimas no meio do salar - com o vulcao Licacanbur ao fundo

abaixo formação de flores de sal


vista da lagoa

abaixo os flamingos se alimentando de mini camarões ( 1 cm quando adulto)




indo pro El Tatio - cheogu a -11 graus, Maquina fotografica ficou funcionnando meio mal

muitas vistas dos geyseres. que funcionam melhor antes do sol aparecer - na ultima meia hora






acima - parece outro salar -mas é o proprio deserto de Atacama - na região de Calama


cidade abandonada na mina de Chuquicamata

abaixo o mega caminhão (350 toneladas de pedra em cada carga) - puxando cobre lá do fundo da minha

mil metros de proundidade




por do sol no Pacifico - mais uma vez....




acima trem chegando com placas de cobre de Chuquicamata

abaixo o famoso relogio da praça principal de Antofagasta - pça Prat


Casas na beira do cais - das diversas companhias que embarcavam salitre, guano, metais etc

abaixo a locomitva que subia pra Bolivia (passava por Oruro e Uyuni)


cais de Saltre -agora praça em Antofagasta

porto pescadores e mercado de peixes ao fundo


acima as tais piernas que os chilenos tanto gostam

abaixo calçadão agitado com o comercio


as casas meio baixas do Chile

abaixo centro de Antofagasta visto do Norte


as casas (não são favelas - longe disto) subindo o morro em Antofagasta

abaixo monumento das mãos no meio do deserto

indo pro Sul




sempre parecido - sempre diferente - o deserto


praia no parque Pan de Azucar

bela praia

o porta malas da TWMA 3 - tudo meio empoeirado e empilhado


cactos amontoados no deserto

abaixo a praia de Bahia Inglesa - pequena mas muito especial (agua super transparente, não tão fria, rochas cercando, areia fininha)


catedral de madeira em Copiapo
tecnica construtiva com bambus e barro em Copiapo


Centro Cultural de Copiapo

mini locomotiva utilizada nos patios de trem de Copiapo (um dos primeiros da America do Sul  - 1857)


os nõs das arvores na região

primeira locomotiva a rodar em Copiapo



mais casitas

começando a subir para o passo San Francisco

uma das viagens mais bonitas que ja fiz


laguna - salar de Muricana e vulcão ao fundo


os 3 picos do nevado 3 cruces - o da direita faz fronteira com Argentina

olhando mais de perto - o vento levantando o pó de neve ou gelo


gelo acumulado na beirada da estrada

o Ojos del Salado - vulcão ativo mais alto da America - 6890 m


vistas dos picos do Ojos e vizinhos


laguna verde, a direita o nevado San Francisco - depois Argentina


já do outro lado do lago - quase chegando na divisa

a divisa em si


de volta aos 4 mil metros - parecem flores mas é capim tipo palhar bem amarelado

as quebradas na chegada a Fiambala - mudança completa da geologia


Fiambala ao fundo - num vale muito amplo


carneiros indo passear de manhã cedo

oliveiras da região são famosas emm toda a Argentina


quase em la Rioja

bancos de la Rioja - tem vários modelos todos bem diferentes


catedral e calçadao em la Rioja (domingo a tarde e feriadão de 12 outubro - tudo bem vazio...)


flores em la Rioja

abaixo placa na saida de Copiapo - antes de cruzar o passo San Francisco. Na verdade são quase 480 km sem gasolina


subida para o paso San Francisco - vales amplos - de volta no Chile































terreno começa a mudar - formaçoes tipicas do Ischigualasto - parque

abaixo cemiterio rural


na região de Ischigualasto se encontram fosseis de dinossauros de menor porte - pois é da epoca inicial dos dinossauros. - 200 milhões de anos atrás

abaixo restos de uma lagoa

vista do parque Ischigualasto e paredão verrmelho no final
ai pra baixo diferentes formações em Ischigualasto






agora pra frente visões do canyon de Talampaya - parque vizinho


petroglifos


um condor no seu ninho
abaixo onde corre uma aguinha - já fica tudo esverdeado




papagaios no paredão e 

lebre da região aproveitando a erva








filhotinhos de Inhandu - ou Ema - o pai que leva eles passearem....


chegando em Cordoba a planicie das salinas grandes. tudo bem plano, sal aflorando e vegetração bem rala

abaixo trecho das sierras de Cordoba


rua coberta em Alta Cumbre

abaixo vista dos campos em cima das sierras - onde se criavam mulas para a Bolivia e Peru e que foram parar no Rio Grande do Sul mais tarde >  tropeiros


Cordoba vista do topo do morro pan de azucar

serras tambem vistas do Pan de Azucar


catedral e cabildo em Cordoba

rua de pedestres - tem muitas quadras assim em Cordoba


estaçao quase abandonada da ferrovia - Mitre o nome

abaixo os guiches


palacio Ferreyra hoje museu - na parte mais tradicional de Cordoba

rua de Cordoba


igreja do Sagrado Coração de Jesus - Capuchinhos em Cordoba




predio sede da Movistar em Cordoba 

rua antiga no entardecer - é a quadra dos Jesuitas
Catedral no entardecer




 acima a missão Jesuita de la Coroya - ao norte de Cordoba, 50 km. Foi a primeira redução implantada na região

abaixo - quase ao lado de la Coroya - Jesus Maria - já bem mais evoluida, Foi a segunda missão


 vista de Cordoba a partir do parque Sarmiento 

abaixo vista da laguna Mar Chiquita - entre Cordoba e Santa Fé - gigantesco (diametro médio de 70 km) lago de agua salobra

 entrando no Brasil em São Borja - plaquinha sem vergonha... 

o rio Uruguai na divisa