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sábado, 20 de outubro de 2018

NOROESTE ARGENTINA e ATACAMA - 3 - COMENTARIOS E NOTAS PRATICAS

1) COMENTARIOS GERAIS

Então - agora algum descritivo alem das fotos

no total foram aproximadamente 9.500 km em 26 dias.

maioria no asfalto, partes de terra com muito pó mas veiculos normais passariam numa boa, provavelmente em velocidade mais baixa

momento complicado - em termos de estrada - foram os quase 1.000 km de São
Borja a Curitiba, nos ultimos dois dias da viagem. Estrada muito movimentada - especialmente de Sao Borja a Erechim e depois de Concordia até Curitiba (ou seja - sobra pouco com movimento um pouco menor)


mas o grande problema é o asfalto completamente destruido.  O serviço publico realmente não consegue resolver nada que valha a pena comentar. 

Para (num passo adiante) deixar mais nitido ainda o descaso e falta de compromisso com a sociedade (os otários que recolhem imposto de forma obrigatoria )  do serviço publico - transformando praticamente em escarnio - a unica atividade que percebi foi na região proxima a União da Vitoria o pessoal interrompendo a pista para - adivinhe - pintar flechinhas no chão indicando (onde começava e terminava as pouquissimas terceiras pistas)  que haveria uma abertura ou fechamento das pistas.  Realmente é muita muita falta de respeito mesmo.

As estradas na Argentina e Chile sempre bem cuidadas em todos os sentidos. Os guardas argentinos acabaram totalmente com a mania que tinham de morder os brasileiros com pequenas ajudas ou contribuições. Praticamente não fomos parados e quando fomos era apenas para verificar documentos e seguimos em frente logo em seguida.

Fazem já 42 anos que visito a Argentina
 
Aliás - falando em Argentina - tem um blog que acho especialmente bom de consultar. Pelo estilo que é escrito, pelo tipo de informação, pela objetividade e pelas fotos. Sugiro dar uma olhada:
 
 


sempre gostei e continuo gostando de tudo na Argentina. O contato com as pessoas é especialmente agradável e eles cada vez mais gostam do Brasil, do nosso jeito de ser, das praias (claro) e por aí vai.


mas nas ultimas vezes que tenho ido lá e desta vez especialmente,  é perceptível uma maior dificuldade de funcionamento da sociedade. Pagamento com cartão sempre complicado, acrescimo de taxas na faixa de 10% para uso do cartão, burocracia para várias coisas (até pra comprar um chip pro celular a coisa complica....), sempre fila e demora para abastecer o carro, predios publicos bastante abandonados, bastante pedinte na rua (menos que aqui...), muito cachorro vira lata pela rua e entrando em lojas etc. . Pequenas coisas que mostram a dificuldade da sociedade se tornar mais evoluida. 

O Chile continua no seu ritmo particular, ba...   fdsadfsjkhfdaskjhstant. Aliáse agitado, o povo mais recolhido, mas muita coisa acontecendo, movimento enorme nas áreas comerciais, tudo sempre funcionando de forma tranquila. Eles tem aquele jeito mais introvertido, mas nada de muito incomodo....

Sempre interessante comparar o estilo das pessoas na Argentina (parecidas com nosso jeito - mais abertas, mais extrovertidas, mais exibidas) com o jeitão dos Chilenos (mais fechados, mais voltados para negócio, mais quietos etc..).
Claro que na pratica o contato é sempre bom, pois ambos são tranquilos (como qualquer povo pra ser sincero) e acabam topando uma boa conversa, cada um ao seu jeito ou maneira... 

Sobre os passos de travessia nos Andes - poucos ficam abertos o ano todo e mesmo assim as vezes fecham por nevascas. Os que ficam mais horas abertos são o Libertadores (Mendoza - Santiago) e passo Jama (Salta - San Pedro Atacama). Tem sites e tweets que informam sobre isto. Mas do que vimos o melhor é ir na delegacia de carabineros (Chile)  ou da policia caminera - gendarmeria  (Argentina) e obter informação da hora. Pois eles falam com o pessoal que está de fato lá no passo. Especialmente no lado chileno. Enfim - assunto para ser checado com antecendencia e depois um ou dois dias antes.

Na fronteira cuidado - pessoal adora esquecer de carimbar sua saida do pais. Quando chegas na outra aduana - cade o carimbo ?? Saia justissima..... Maioria dos passos mais movimentados já integraram no mesmo predio os dois paises. Mas nem sempre é assim..... 

As travessias, como duram pouco tempo não chegam a impactar na oxigenação do pulmão. O tal mal de altura ou apunado... Para se precaver, tomar Diamox antes da subida, chá ou folha de coca e - já meio paranoia - as farmacias vendem tubinhos de oxigenio comprimido... 

Sempre acho uma boa ideia levar alguns brinquedos, lembranças, canetas, cadernos ou coisas assim. A gente atravessa regioes muito pobres (especialmente nos passos...) e é legal distribuir alguma mini alegria pro pessoal...

Vinho em restaurante no Chile tem sobre preço parecido com alguns casos do Brasil (coisa de 100%). Na Argentina é menos. bem menos...

Argentinos abusam um pouco da buzina. Sempre alguem cutucando a mesma. 

Supermercados quase nao tem mais sacola ou cobram por fora. 

Falo meio na brincadeira mas os supermercados chilenos são uma atração que vale a pena dar uma olhada. Dizem que os melhores são o Jumbo e Tottus, não sei bem. Mas é legal de ver a variedade e qualidade do que eles vendem.

Uso de cartão de credito na Argentina é uma loteria... bom levar Visa e Master. Bom ter cash sobrando. Apesar da nota mais comum ser a de 100 pesos (equivalente a aprox. 10 reais... ) ou seja  - bolos consideraveis de grana...Mas não creio que isto seja perigoso. Nao me pareceu que - mesmo Cordoba ou Corrientes  que foram as maiores cidades que visitamos  sejam especialmente perigosas, comparando com cidade equivalente no Brasil...

No geral sempre muita coisa doce para vender na Argentina. Nos kioscos, nos cafés, nas confeitarias etc. mas - subjetivamente- os argentinos parecem em media mais magros que os brasileiros...

 







2) ROTEIRO

saimos na sexta 28 de setembro. 

Eliseu Galva (amigo e ex colega de trabalho) e eu

Estas viagens para a região do Atacama normalmente levam a dois dias iniciais bem puxados. 1200 km no primeiro dia - de Curitiba até Corrientes, com a vantagem que os ultimos 300 km são região bem plana, muita reta. Depois até Salta mais plano ainda. 

Salta continua uma cidade agradável, movimentada, cheia de atividade e turismo tambem. Dali fizemos um bate volta até Hornocal (que fica numa serra forte logo depois de Humahuaca) para conhecer o tal mirador das 14 cores. Muito bonito, impressionante. Ver as diversas camadas que foram se depositando e depois a Natureza no seu pendor natural (ops!) para aprontar, levanta estas camadas, coloca quase na vertical e pra finalizar, faz um desgaste diferente em cada camada. 

Os ultimos 23 km (aprox) são de subida forte e muito pó e pedra. Mas praticamente qualquer carro passa. 

Em Salta ainda o grande programa é ficar em volta da praça vendo o agito. Fui ver as múmias de 3 crianaças (eles expõem uma de cada vez) que foram achadas a mais de 6 mil metros de altitude, da época dos Incas. Interessante ficar olhando aquela criança e pensando como foi a infancia dela, os ultimos momentos antes do sacrificio, o que ela viu, pensou e o que os que estavam em volta pensaram tambem. 

Dali fomos para Cafayate, e a estrada - especialmente a segunda metade da mesma - é uma atração fantástica pelas várias formações geologicas que existem. Tem que reservar tipo uma manhã longa pelo menos pra fazer os 240 km entre as duas cidades


Cafayate cresceu bastante desde 2003, quando estive ali. Mas mantem o ar de uma cidadezinha do interior, tudo tranquilo. Impressiona a quantidade de vinhedos plantados em volta da cidade. 

Fui cortar o cabelo num cara chamado Damian. Ele é o tal do psicologo pratica, conversamos muito sobre a vida, como cada um se comporta etc. Gente boa demais...


Novamente fizemos um bate e volta de Cafayate, rumo a Tucuman. Mas dormimos uma noite lá. 

A estrada creio que é quase mais interessante que Tucuman em si. Logo no inicio tem as ruinas de Quilmes. Na encosta de um morro uma cidade super organizada, que começou pelo ano 1.000 DC. Vieram do norte e escolheram ali. Enfrentaram os Incas por um bom tempo. E os espanhois tambem. Mas acabaram sendo invadidos e a cidade foi arrasada. 
Depois a estrada sobe bastante, atravessa um passo a 3.000 metros (Infernillo) e desce pro vale de Tafi que é muito bonito, todo verde, um lago enorme.

Continua a descida, vira floresta, uma estrada toda serpenteante até chegar na planicie (que aliás é a grande planicie que é a parte principal da Argentina como um todo), mais um pouco Tucuman.

Cidade agitada, cheia de historia (aqui foi assinada a primeira ata de independencia do país) muito movimento nas lojas etc.

Voltamos a Cafayate e via parque Cardones fomos para Cachi (já nas altitudes). Neste trecho dois grandes atrativos, a cuesta del Obispo que sobe até uns 3,500 metros - serpenteando numa beira de montanha (a tal Cuesta) e depois a planicie de altitude que é o parque Cardones. Tudo muito lindo. 

Depois de uma descida a gente volta ao vale do rio Calchaqui e chega em Cachi

Esta já tem um ar bem boliviano- peruano. Cidade de montanha. Pouca coisa pra fazer, mas legal de ficar por ali. Fomos comer algo no boteco do Oliver - e lá dentro tinha um adesivo do Tatuira (de Canto Grande) = do Lói e esposa. Enfim - o dono e o Lói são amigos de longa data. Mundo pequeno.... O Lói é amigo desde anos 80 na ilha do Mel. 

Dia seguinte acordamos cedo pois o trecho era longo. Continuamos pelo vale, sem muita subida por um tempão até que chegamos no pé do Nevado Acay e encaramos uma boa subida por um tempão. Manadas de guanaco ali por perto. Pedaços de gelo tambem. 

Até chegar no famoso passo de Acay a 4950 metros de altitude. No Himalaia tem vários passos mais altos - aparentemente o record é 5.883 metros na India. Mas este é o mais alto das Americas e - fora do Himalaia provavelmente um dos mais altos. Vista fantastica, ventos terriveis, muito frio. Do outro lado uma descida mais suave rumo a San Antonio de los Cobres - que continua tristinha e feia mas é ponto de passagem importante nas travessias do Chile pro Peru aqui no norte. 

A estrada segue sempre por vales, planicies, lagos de sal até chegarmos no passo de Chorrilos a 4.440 metros e depois o passo Sico. Tudo sempre muito bonito, cheio de formações que parecem a mesma mas vão se modificando a cada momento.

Agora o passo Sico está unificado (tramites Argentina e Chile no mesmo local). Logo em seguida, já em territorio chileno, começou uma nevasca leve, mas que para a gente impressiona demais. O terreno em volta ficou esbranquiçado e o espetáculo estava demais.

Interessante que logo que a gente vai chegando na planicie do Atacama as nuvens acabam, como que represadas e impedidas de entrar na região do deserto.

Por causa da neve não pudemos visitar a laguna Miscanti, que estava com entrada proibida por perigo da gente ficar preso por lá.... 


Finalmente chegamos a San Pedro.

 Continua uma cidade completamente desorganizada, crescendo do jeito que dá, sem nenhum melhoramento, mas creio que os turistas gostam daquela sensação de fronteira, fim de mundo ou sei lá o que. 

Demos uma volta pelo Salar no dia seguinte, vimos flamingos, olhos de agua, as formações, e no final da tarde o famoso por do sol no vale da Lua. 

Um local que ouvi falar bem e as fotos comprovam são as tais lagoas secretas... sai para Calama, anda uns 15 km pega a esquerda na B 241 e vai ate´as lagunas de Baltinache. Parece legal. 

Para visitar o vale da Lua pela parte de baixo tem que ir bem antes do por do sol . Eles fecham mais cedo.

 

Dali fomos a El Tatio - desta vez com carro próprio. A estrada em otimo estado, mas pegamos -11o C no caminho. Um pouco antes de começar a clarear. 

A visão dos geyseres começando a atividade, atingindo seu pico e depois se acalmando é muito legal. A paisagem em volta tambem. Diria que uns 200 turistas ou mais estavam por ali.

Dali fomos direto a Calama, passando por Chiu Chiu (famosa mas feia - salva a igreja super tradicional no estilo andino) e Caspana - num vale, dedicada a horticultura, bem quieta e escondida. E a paisagem geral dos Andes, vulcões etc.

A tradicional visita a mina de Chuquicamata e depois dormir em Antofagasta. Estrada a partir de Calama bem cheia de caminhões e carros em geral, mas pavimento e sinalização em bom estado.

Antofagasta, a neblina do Pacifico na chegada, bem perto do mar a neblina se vai e pegamos um por de sol no Pacifico. Marco da viagem. 

Dia seguinte visita na cidade, muita coisa legal de olhar (era um porto super movimentado para escoar as extrações minerais vindas da montanha, da Bolivia, de Chuquicamata e muitas outras minas). 

Boa comida, shoppings enormes e movimentados, super mercados super agitados e por ai vai. Legal ficar por ali. 

Dali descemos algumas horas (coisa de 600 km) pela Panamericana - até Copiapó. No caminho um desvio pelo parque Pan de Azucar - praias lindissimas, formações ainda mais estranhas, muita umidade por causa da temperatura do mar etc. Outro desvio foi pela tal Bahia Inglesa. Uma praia pequenina, quase em Copiapó, de aguas muito transparentes, não tão frias como a média das outras praias e uma formação de pedras em volta que deixam o local especialmente bonito. Vale a pena. Na ruela paralela a praia alguns restaurantes, dá pra comer um peixe ali - mas nada muito digno de nota.

Mais um pouco chegamos a Copiapó, local hoje dedicado a frutas e que começou com a exploração de minas e jazidas. Uma das primeiras (eles dizem que é a primeira, mas parece que é a terceira) ferrovia da America do Sul foi ali - para levar os minerais até o porto no Pacifico. 

Cidade simpatica, praça super frequentada, mas nada muito especial para se ver. Impressiona a faculdade de Mineralogia (tão antiga quanto a ferrovia - 1917 aproximadamente), cheia de estudantes e bem agitada. 

Dia seguinte - partida para o Passo San Francisco. 475 km sem gasolina e um passo sujeito a fechamentos.

Tudo isto vale muito a pena, paisagem deslumbrante, primeiro vales desertos que começam bem amplos e vão se afinando, depois encostas para subir, dai as montanhas nevadas, os altiplanos, os lagos e salares, os picos altissimos (Ojos del Salado ali bem na frente), gelo acumulado praticamente em cima da estrada. Muito vento e frio  (cacau no labio....) a divisa e passo a 4780 metros de altitude  e depois a descida super tranquila pro lado da Argentina, ja com uma paisagem totalmente diferente e finalmente o vale de Fiambalá, oliveiras, plantações, mas ainda desertico.

Dormimos em Tinogasta - cidade que - não tenho ideia do porque - me agradou demais. Me senti bem ali. Gostoso andar na praça, pelas ruas, cumprimentar as pessoas.

Mais pra frente a estrada continua em vales, descidas, curvas etc ate chegar em La Rioja via Aimogasta e el Huaco. Muitas oliveiras. Dizem que de alta qualidade. Acabamos meio que passando direto por ali.

La Rioja é simpatica, tivemos sorte de pegar tempo fresco (em Tucuman tambem) - boa de caminhar, me pareceu cidade bem agradavel, acima da media. Sorveterias e cervejarias a vontade. Sinal do calor....

Fica exatamente onde acabam as montanhas e começa a planicie. Mesma situação de Tucuman e - quase - de Salta. Mendoza assim tambem. 

Esta região acabou nos obrigando a fazer meio que um zig zag, devido aos lugares que queriamos visitar. Neste rumo fomos mais pro sul rumos aos famosos parques de 

a) Ischigualasto - basicamente um grande campo de fosseis que devido ao tamanho formam caravanas de carro e vão parando (5 paradas...)  e o guia (Americo o nosso guia) vai explicando. Ficou um bom passeio. Coisa de 2,5 horas. Paisagens incriveis- Lua, Marte - sei lá. Este parque tem basicamente resquicios do inicio dos dinossauros. Coisa de 250 a 180 milhoes de anos atras. E a gente vai vendo aquelas camadas mostrando como a Terra foi se transformando.... até virar este oasis que é hoje....

b) Talampaya - acesso com bicicleta, em onibus de turismo do parque (pessimo onibus, apertado, sem ar condicionado) ou roteiro a pé (leva 6 horas....). Neste caso temos um canyon - com idade parecida a de Ischigualasto. Optamos pelo onibus, tambem vai fazendo paradas. O canyon é muito bonito mas o passeio em si no Ischigualasto é mais interessante. Não creio que seja o caso de abrir mão de uma das duas. Vendem ingressos on line - talvez valha a pena pois o onibus lota e dai tem que esperar mais uma hora...

Dominando a região tem o nevado Fatimina - grande e imponente. Legal de sempre procurar onde ele está...

Na região tem poucas pousadas, a gente acabou indo dormir em Villa Union, uns 60 km ao norte de Talampaya (e 120 de Ischigualasto...). Lugarzinho pequeno, tranquilo. O legal dali é que subindo mais pro norte vai pra laguna brava e depois corona del inca e dai o passo pircas negras, que acaba saindo em Copiapo de volta. Mas - parece - abre apenas de novembro a março....

Dali fomos num tiro só (coisa de 300 km) até as sierras de Cordoba. Uma extensa planicie que a medida que se afasta das montanhas vai se tornando mais verde, mais umida. Até que se chega numa area salina - onde fica uma graminha sem graça, tudo muito plano. Em seguida a gente já vai vendo as tais sierras. 

Parece a serra da Canastra, pois é um grande maciço - coisa de 200 a 300 metros mais altos que a vizinhança, mas bem delimitado, como se fosse um mega navio naquela gigantesca planicie argentina.

Cruz del Eje é a cidade polo destes lados. Dormimos em San Marco Sierra - 20 km dali, meio hippie, meio esoterica. Gostei do lugar.... ruas empoeiradas... uns bichos grilos, umas mulheres engraçadas.

Dia seguinte fomos contornar a sierra - Capilla del Monte (com o famoso pico Uritorco - ponto mais alto das serras e uma rua coberta ) - cidade simpatica

E assim vão se seguindo as cidades, cada vez mais urbanizadas. Los Cocos e La Cumbre em seguida - estas duas tambem simpaticas, pequenas. Los Cocos parece ser bem alto nivel em termos de moradores. De La Cumbre tomando rumo oeste a estrada sobe para uns campos e chega no tal Cuchi Corral - região onde se criavam as mulas que ia pra Bolivia carregar prata etc e que depois acabaram indo pro Rio Grande do Sul e deram inicio ao tropeirismo no Brasil. 

Dali pra frente as cidades já vão ficando turisticas demais, La Falda tem o famoso hotel Eden que era o ponto alto da região no inicio do sec 20. Mais um pouco e chega Cosquin que já é bem sem graça mas tem um teleferico (cadeiras do tipo pista de esqui) que levam ao topo do morro Pan de Azucar - com uma vista fantastica - tanto da area baixa das sierras com suas cidades, da area alta com seus campos e tambem na planicie de Cordoba. Vale muito o passeio. 

Dali pra frente é uma cidade junto da outra, bastante movimento e o lago San Roque - bonito aliás - e dai vem a "Villa"  Carlos Paz - polo enorme da região, cheia de turistas, a beira do lago, muitos hoteis etc... Nada especial ali. 

Ainda fomos a Alta Gracia - mas fora a missão Jesuita não tem nada de especial tambem.

Chegamos finalmente em Cordoba. Metropole - agitada, grande. Mas gostei muito de visitar

Afinal é cidade importante praticamente desde o inicio do sec 17. Foi polo cultural, politico e economico de uma regiao que ia de Buenos Aires até Bolivia e boa parte do Peru. Agradavel de passear, muitas ruas de pedestres, bons restaurantes, lanchonetes, bares. Museus e igrejas para quem quer visitar

Tem a imponente (em epocas passadas) estação de trem Mitre. Ainda tem trem de passageiros para Buenos Aires e Tucuman. Mas bem decaida. 

A empresa que administra nao permite fotografar as bilheterias e nem as plataformas de embarque. Beira o engraçado...
 

Um dia demos um fugida até as missoes jesuitas de Jesus Maria - muito bem cuidada e legal de visitar e logo ao lado La Coroya - que teve o predio bastante alterado por ter sido usado como fabrica de facas na Independencia (sec 19) e depois como recepção para imigrantes italianos no inicio do sec 20. Alias a vila de La Coroya é um enclave super italiano na região. Vale a visita. 50 km do centro de Cordoba. 

Em Cordoba chama a atençao as igrejas, inclusive a do Sagrado Coração (meio fora), os museus bem montados, a quadra dos Jesuitas, a praça Espanha, a tal Cañada que é um riozinho canalizado que corta a cidade - com jardins e area de lazer no entorno.

Cordoba é o inicio da região super agricola da Argentina que vem até a fronteira com o Brasil - no rumo leste, atinge o Paraguai ao norte e vai até a altura de Rosario e mais adiante um pouco pro sul

estradas retas, atravessando varias cidades menores visivelmente dedicadas ao agro negocio em geral. Velhas estações de trem sendo usadas ou não usadas de diferentes formas.

No caminho paramos em Miramar, na beira da Laguna Mar Chiquita. Um lago de agua salobra, com uns 70 km de diametro, no meio da planicie. 

Fomos visitar sobrinhos em Rafaela (sede da Ilolay) - cidade pequena, simpatica e agradavel. Nossa sorte continuava pois o tempo ainda fresco.


Dia seguinte - Santa Fe, tangente a Passo de los Libres, entrada no Brasil por Sao Borja e o pedagio extorsivo para cruzar a ponte (R$ 53,00) sobre o rio Uruguai - enorme naquela altura.  Fora isto a gasolina do lado Brasil estava R$ 5,13 e do lado argentino algo em torno de R$ 4,20....

O trecho de Parana até quase Passo de los Libres é bem deserto, asfalto em mal estado (bem melhor que no Brasil) e com poucos recursos. Em Federal (nome de cidade) tem restaurante, gasolina etc.
 

Falando nisto - trocar oleo do carro na Argentina é complicado. O posto não faz isto (a maioria absoluta), tem que ir numa oficina ou local especializado. Tem que marcar hora. Enfim - uma chatice....

E dai a tortura de viajar no Brasil. Estrada completamente inadequada. perigosa. Trafego intenso de caminhao em quase todos os 1.000km até Curitiba. pavimento com todo o tipo de defeito. 

Dormimos em Ijui- cidade simpatica e agitada no meio da zona agricola do RS

dia seguinte Curitiba....





3) DICAS PRATICAS

- em Coronel Vivida - rumo sul - logo após a cidade posto Ipiranga no lado direito - lanchonete muito boa. San Rafael - BR 158

- em B Irigoyen (junto a Barracão e Dionisio Cerqueira) - restaurante Forcheta - na praça grande

- em Salta - restaurante dona Salta - faz anos que as empanadas ali são boas. Continuam.  Para trocar dinheiro - praticamente não tem casa de cambio - tem que fazer na rua - calle Espanha perto da catedral

- em Cafayate - restaurante da bodega Nanni, restaurante el Rancho, sorvete no Miranda, pousada Tierra del Vino (calle Quintana de Niño), rest Terruño na praça.  sorveteria Miranda - super tradicional, mas o sorvete de uvas não é lá estas coisa (Malbec ou Torrontes - por supuesto...)

- em Tucuman - hotel LG (local estranho, mas não acho que seja inseguro e funciona tudo bem) e cafe Filipo na rua de pedestres. Pra fazer cambio tem algumas lojas na call San Martin perto da Maipu

- em Cachi - Oliver resto bar. Local agradavel e está sempre aberto (isto não é comum na Argentina)

- Antofagasta - hotel Check in, restaurante Wari (muuuito bom) , café Lavoro  na San Martin , antes da Plaza Prat, comida rapida no mercado central (plaza sotomayor). Compramos vinhos numa loja - Rincon del Vino - na Av Ejercito - beira mar, perto do quartel - lado sul da cidade. 

- Copiapo - restaurante Costa Brava (pescados - muito bom), hotel Montecatini na Jose Infante - meio estranho de fora, mas muito legal e bom de ficar. 

- Tinogasta - rest El Rancho

- la Rioja  - hotel Qawhana - longe do centro mas muito bem instalado e agradavel de ficar. Restaurante La Vieja Casona muito bom - dizem que o Corral é bom tambem. sorveteria RioCrem.





Cordoba e região

- hotel B131 - na Belgrano 131. Muito bom em tudo
- rest Patio da Cañada - junto a mesma. Muito bom :
 
 
 
- esquina da Belgrano - la vieja esquina - excelentes empanadas. 
- em Jesus Maria - resto bar 1790 em frente a missao. Excelente e o pessoal adora musica brasileira e o Brasil em geral. Servem até tapioca....
- restaurante Estacion 27 - perto da Belgrano 
- restaurante Alfonsina - perto Manzana Jesuita
- cafe Velo na Av Colon
 - nietas de Nilda na Guemes - a comida é OK, mas o atendimento e o local são legais
- sorveteria Mayo na Belgrano (tem em Carlos Paz tambem) - muito boa.


Ijui 

- hotel Vera Cruz e restaurante - no centro. Muito bom


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