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terça-feira, 30 de maio de 2017

NAMIBIA p 1

Meio embolado estes primeiros dias

mas vamos lá fazer um resumo

na propria quinta que parti de Curitiba, na conexão em São Paulo encontrei outro cara, curitibano, que mora na Petit Carneiro , indo pra Windhoek, que gosta (acho que mais que eu) de se meter em viagens inesperadas e - pra desespero total - se chama Amilcar (Gomes). Que coincidencia. Fomos batendo papo até Johannesburg e de lá acabamos nos separando pois ele ia pegar um voo mais tarde

do avião pouco vi da região, algumas montanhas prum lado mas na maior parte plano. No voo para Namibia (sobrevoando Botswana principalmente) a região vai ficando mais e mais seca e plana. Aparecem os waterholes onde animais se juntam para beber água, minas a céu aberto (poucas) e nada especial em termos de vista.

O aeroporto de Windhoek fica a 40 km da cidade, no meio do nada. Só se vai lá de taxi. Mas a parte ruim foi ver que minha mala não chegou e está desaparecida até hoje. Coisa bem chata. Mas é uma experiencia tambem. A gente acaba descobrindo que dá para ir se virando etc.

Cheguei na cidade (com carro alugado, um polo bem simples, mas eficiente) - pequena, espalhada, parece quase meio deserta. 


De forma que a coisa quando está acontecendo a gente fica bem chateado etc., mas depois vai achando caminhos e se ajeitando.

Por sorte tenho o seguro da bagagem por ter comprado a passagem para cá usando o cartão de credito Master. Na hora que te falam a gente nem liga, mas daí quando precisa usar, como é bom.


Cheguei na cidade (com carro alugado, um polo bem simples, mas eficiente) - pequena, espalhada, parece quase meio deserta. 

Na sexta à noite ainda fui no Groove Mall para comprar uma camiseta e cuecas como medida de emergência. Aproveitei para tomar um café por lá, muito bom, depois tomei outro Espresso em outro café e estava muito bom também.


No sábado acordei mais cedo, fui na loja da própria SAA no centro e acabei indo no aeroporto de novo. Lá descobri que minha mala nem tinha chegado em Joburg (contração que o pessoal usa para Johannesburg) – com isto daí relaxei total.
Sai dali, voltei no shopping, comprei frutas (são caras em geral, pouca opção, não muito bem apresentadas, mas OK) e demais itens para complementar a bagagem incluindo um casaco superquente.
A noite de Windhoek me surpreendeu. Faz 5 graus tranquilamente. Não vi ônibus urbano nenhum. Aliás na estrada também não vi ônibus, algumas vans. Nos entroncamentos o pessoal fica amontoado pedindo carona, enquanto a Van não vem... Também não se ve nem motos nem bicicletas na cidade.
Dali peguei a estrada rumo sul. Asfalto bom, algum movimento, dá para manter 120 por hora numa boa.
Já mais acostumado com a direção na direita. Não é fácil, pois tem a questão do câmbio, do espelho retrovisor, da distância de carros em sentido contrário e onde estou me batendo mais, quando vai estacionar, pois fica mais difícil avaliar distancia da calçada…. De vez em quando ainda vou buscar o cinto na esquerda...
Primeiros 80 km ainda alguns morros, depois vai ficando plano e cada vez mais seco. Terra fraquíssima, arbustos baixinhos, de vez em quando umas vaquinhas perdidas. A dica que o pessoal dá para abastecer sempre que aparece um posto é crítica. Tem que fazer isto. Fácil de passar mais de 100 km sem posto. Só tem nas cidades e as mesmas são super distantes uma da outra.
Acabei chegando em Keetsmanhoop quase 7 da noite, já bem escuro. Não foi muito legal dirigir a noite. Sinalização nula, direção no lado contrário, complicado. Mas os motoristas na esmagadora maioria são supertranquilos na estrada e na cidade. Cedem a vez, não forçam ultrapassagem, abaixam o farol a noite etc.

Dormi no Quiver Guest house e jantei e café da manhã na Schutzen guest house (portanto hospeda também – preço similar). Mas o apartamento do Quiver é muito muito bem arrumado, grande, tudo certinho. Gostei muito.

A cidade é totalmente com cara alemã, lembra Filadélfia no Paraguai, Carambeí etc.
No domingo, mais algumas comprinhas e rumo Fish River. 40 km de asfalto e depois 110 de terra. Mas com carro traçado (4x4) dá para manter acima de 100. Como não chove e transito é pouquíssimo, a estrada se conserva bem. Estranhei a quantidade de costelas na mesma.
Cheguei em Fish River, montei minha barraca. Tudo certinho, banheiro fantástico, atendimento legal, enfim um lugar bom para camping. Tem barracas e caminhões adaptados com passageiros, mas dormindo em barracas também.

Fui ver o Canyon. De babar, fantástico. Fiquei pensando como deve ser o Grand Canyon.... Nem vou me deter muito. Peguei o pôr do sol, melhor ainda. Tem uma caminhada de 5 dias lá por baixo, não sei não. Mas dá para dar a volta pelo Sul (beirando a África do Sul) e voltar para Luderitz. Mas não me arrisco não.... Por sorte aqui a noite é fresca, mas sem exageros. Dia seguinte fui numa região onde poucos turistas vão, mas as vistas continuam maravilhosas. Gostei demais de ter feito o esforço extra de vir até aqui. 

O canyon tem me media 550 metros de profundidade (na verdade era um canyon mais antigo com faixa de 250 metros, dai houve um cataclisma destes que rolam por ai e ele abaixou mais 300 metros). Largura na base de 3 a 5 km e comprimento variando de 90 a 160 km conforme o critério...
O rio lá no fundo em si (Fish River) é quase um filete de agua. Imagino que o pouco que tem nele é retirado para agricultura.

Na terça cedo, desmontei a barraca e fui até Luderitz. Nunca via uma conjugação de fatores tão favorável. A viagem transcorreu super bem. Fomos de uma região árida passando para deserto total mesmo (areia e pedra). Triho do trem sempre por perto, mas não vi nenhum.

Cheguei aqui em Luderitz, a cidade é muito simpática, não sei porque, com certeza pre-disposição minha sei lá. Mas é muito gostoso andar pelas poucas ruas. A mistura de estilos é fantástica. Fiquei no Sandrose hotel – uma delicia. Comi no Diaz café – muito bom (peixes, ostras, camarões, tudo a preços ótimos).

E – cereja deliciosa no topo do bolo – chegou minha mala aqui. Que delicia ver a vermelhinha no quarto quando voltei do almoço. Com o lacre intacto, sem nenhum dano aparente na mala etc..  Muito bom. Mas foi legal a experiencia. Como lidar com algo que a gente considera certo e liquido e de repente não acontece.

Gasolina faixa de 0,90 dólar o litro. Não muda muito o preço nas diferentes cidades que estive até agora. Estradas sempre com pouco movimento. A gente mantem media de 110 ~120 tranquilamente. Não vi nenhum guarda na estrada.

Comentários gerais.

A sociedade é super. dividida. Não se vê mulatos, mestiços ou pelo menos um sarará. Nada. Ou são os brancos falando Afrikaan (nas lojas o pessoal me cumprimenta assim, até sacar que não sou um deles) e os negros – visivelmente em posição mais fraca. Engraçado que aparentemente na política a maioria é de negros. Acho que foi uma negociação para manter a coisa calma.
Jeitão das lojas super americanizado, diria que mais que as nossas. Poucos turistas em Windhoek (eles falam quase Vinduc...) mas tem muito voo da Europa e EUA e nestes pontos turísticos tem sempre bastante. No camping em Fish River, vários, com aqueles ônibus – caminhões ou com cabines duplas (tipo hilux) com a barraca em cima.
Os negros em geral são muito gentis e simpáticos no trato. Basta dar uma corda e eles já retornam um sorriso etc.
No domingo não se vende bebida alcoólica (cerveja vende) nos supermercados etc. Alguma lei, já imagino o pessoal enchendo a cara a valer. Deve ter uma base nesta linha.
No voo de JBurg para Windhoek – especialmente na parte da Africa do Sul, muitas rodovias (pista dupla várias) e trilhos de trem e grandes pátios de manobra.
A questão das línguas é engraçada, todos os negros que conversei falam pelo menos 2 ou 3 linguas nativas. Conforme a região do pais. Um pouco de Afrikaan e mais de Ingles, que acabou virando a língua franca entre os próprios namibenses, já que acho que os tais brancos não falam nenhuma língua nativa em geral.
No shopping todos se misturam, mas tem lojas só com negro dentro e outras mais chiques quase só branco dentro. Vinho da Africa do Sul MUITO barato. Com 17 reais já se compra coisa boa (Porcupine a 15 reais por exemplo).

No sul da Namibia a media de dias de sol é 300 por ano mas dizem que está aumentando. Precipitação anual na faixa de 100 mm nos lugares mais chuvosos e 50 mm nas partes mais secas. Fora os desertos é claro. 

 a direção no lado direito... um bom teste para tirar a gente da zona de conforto

retas e retas - dirigir na Namibia é mais ou menos isto. Este trecho bem movimentado

 de vez em quando uma montanhazinha perdida

abaixo (as duas fotos) construções estilo europeia em Keetsmanhop


 um tipo de garça num ainda mais raro local onde se vê agua

abaixo a arvore tipica da Namibia - já soube o nome mas esqueci - vou atualizar depois

 acampado no fish river camping 

barraquinha basica da Decathlon e meu gol meia boca - mas tá aguentando bem...

abaixo a primeira visão do canyon

 pássaros bem comuns por aqui

e dá-lhe canyon




 árvore tipica daqui

 lua crescente e dá-lhe canyon

 fácil de achar quando vem vindo alguem

lá embaixo o filete do fish river em si

 esta babosa ai só fica vermelha quando o sol bate forte nela

e mais canyon...


 olha o aglomerado de ninhos de pássaro nesta arvore

abaixo detalhe - ele sobe e vira pro lado pra câmera ou habitáculo.......

 babuino rondando meu café da manha

 mais arvores tipicas

abaixo estação de trem no deserto - quase em Luderitz

 Luderitz e suas casinhas loucas

abaixo casal que está rodando Asia e Africa faz 2 anos e meio

daqui a pouco vão atravessar pra America do Sul. Acho que eu podia viver assim...

 Primeira vista do Atlantico Sul em Luderitz. Daqui o Amir Klink partiu remando. 

vista geral de Luderitz. Pequena, meio caótica mas muito agradável.

 igreja principal da cidade

construções tipicas

 o meu xará - que de Windhoek foi pro Norte e perdemos contato. Mas vamos nos rever....



quinta-feira, 25 de maio de 2017

SUL DA AFRICA - INTRODUÇÃO - 58 _ 2017

Pois é, apesar da minha paixão pela America Latina (tem seus motivos e qualquer hora eu conto melhor) achei que tava na hora de ir pro outro lado do mar. 

Desde que li um livro chamado Candongueiro (que em Angola significa o cara que viaja numa Van) onde o autor vai de Angola ao Cairo, passando pela Africa do Sul, na base de ónibus, van etc... (tá certo - no Sudão ele amarelou e pegou um avião - trecho curto mas pegou...) eu fiquei com aquilo na cabeça.

Mas não vai ser bem assim.

Vou de avião até Windhoek (capital da Namibia), de lá pego um carro (normal) e faço uma volta pela Namibia e Botswana no sentido horário - veja o mapa mais abaixo, terminando na mesma cidade.

Pego um avião e vou até Cape Town, fico alguns dias por ali, pela cidade, pela rodovia beirando o lado do Indico da Africa do Sul e - claro - as vinicolas.

Dai vou pra Johannesburgo, pego um avião para ir visitar as Victoria Falls e depois de onibus para visitar Maputo (antiga Lourenço Marques - capital de Moçambique).

E volto pro Brasil

Na Namibia vai dar uns 6 mil km de carro. No total uns 42 dias (25 maio a 4 de julho). 

Ah, e estou levando a barraca para acampar em alguns parques.... Tapa ouvidos para não ouvir o rugido dos leões por perto....

vou tentar manter o blog atualizado, vamos ver.