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sábado, 10 de novembro de 2012

PORTUGAL e ESPANHA - FECHAMENTO DA VIAGEM

Fizemos o retorno atravessando de ferry de Tanger para Tarifa (40 minutos - 45 dolares por pessoa - bem tranquilo).

Chovia muito muito muito. Vento e chuva. De Tarifa onibus do proprio ferry que nos levou ate Algeciras. La estava a querida Leticia (que havia desembarcado em Lisboa pego um Toyota Avensys perua diesel - excelente) e ido ate Cordoba (a mesquita) e Granada (o Alhambra) e veio nos pegar aqui em Algeciras. Que coisa boa voltar prum lugar onde o transito é menos tumultuado, onde as pessoas não ficam encarando as mulheres sem lenço na cabeça, onde você não é abordado a todo o instante por alguem querendo te 'ajudar'  de alguma forma etc...

Fomos visitar Gibraltar, almoçamos por lá,comprei revistas em Inglês (mesmo em Tanger onde muita gente fala espanhol, não se encontra nada nas bancas que não seja arabe ou frances....). Viimos a pedra, enfrentamos uma fila de 1 hora para voltar a Espanha (acho que de gente que trabalha em Gibraltar - receber em pounds sempre fica mais facil....).

Dali ate Cadiz - no caminho a chuva diminuiu bem. Auto estrada excelente, ninguem fazendo bobagem etc...

Chegamos já escuro a Cadiz, GP (tomtom) ajudou muito. Valeu a pena a Leticia ter alugado ele. Ficamos nos apartamentos Palacio Cadiz (bem na calle Ancha - a principal - 85 euros um apartamento excelente com dois quartos, todo equipado etc.)

Dia seguinte passeio pela cidade mas a chuva ainda nos perseguindo. Fomos almoçar num restaurante meio turistico meio local muito bom - Cumbres algo assim (junto da Plaza Mina). Depois do almoço 1220 km ate Sevilha - GPS ajudou muito tambem (hotel Catalonia Santa Justa - 70 euros o casal - um hotel imperdivel - tudo certinho etc). Passeio no final de tarde em Sevilha - um dos momentos mais terriveis da viagem. Chuva e frio e nós tentando curtir mas tava dificil. Fomos tomar uma cerveja no boteco que sempre vamos em frente a Giralda (xxx) e depois dormir calmos. Dia seguinte Leticia foi fazer a visita tradicional e nós fomos no museu de Belas Artes - que foi remodelado e ficou numa instalação super legal. As obras em si não são lá essas coisas. Depois comprinhas e lanche e estrada. 460 km em 5 horas ate Lisboa. Entrando em Portugal tempo abriu - mas havia chovido muito no sul tambem. Diesel a 1,5 euros mas em compensação o carro fazendo 6,5 l/ 100 km - depois vemos quanto dá isto....

Lisboa fomos comer perto do hotel no Cisterna (muito bom) e no João do Grão no centro, tambem excelente. Hotel Turim na rua S Sebastiao da Pedreira (70 dolares por casal com cafe da manha). Passei muito pelo bairro da Graça (muito legal), Leticia e Florinda foram visitar os locais tradicionais.

Amanha (domingo) Leticia vai de trem pro Porto (3 horas, 20 euros) e nós vamos pro Brasil a noite.

DICAS PRATICAS

restaurantes em Lisboa

- solar dos presuntos (no centro) - EXCELENTE
- joao do grão (no centro - perto do Rossio) - jã foi melhor mas ainda um bom lugar
- valenciana (nao fomos mas falaram bem)
- cisterna - perto da Marques de Pombal (rua sao sebastiao da pedreira) - nada especial... ali perto tem o Antonio - nao fomos mas parece bom

FADO em Lisboa

- assunto controverso mas duas dicas que parecem que vale tentar - clube do fado e o faia (este é da Anita Guerreiro que cantava com a Amalia...)

em Sevilha

- hotel Catalonia Santa Justa é otima pedida

- para uns aperitivos - bodega santa cruz - uma quadra em frente a giralda (calle rodrigo caro) - vai turista mas consegue manter o estilo local

em Cadiz

- hospedagem no palacio Cadiz - calle Ancha - apartamentos excelentes e tranquilos







MARROCOS - UMA APRECIAÇAO GERAL E DICAS PRATICAS


UMA APRECIAÇAO GERAL DO MARROCOS

Excluindo o Sahara Ocidental (território ao sul do Marrocos, que reinvidica independência, com apoio da ONU) – o Marrocos tem aproximadamente 450 mil km2 e 31 milhoes de habitantes.
O Marrocos basicamente tem 3 grandes regiões: a costeira, as montanhas Atlas e o lado para alem (sudoeste)  das montanhas já iniciando o deserto do Saara.
Esta parte mais desértica, fronteira com Argelia é a mais atrasada ou mais carente de recursos.
Também nesta região vê-se uma quantidade de negros, vindos do sub-Sahara, bem maior que no resto do pais. De forma geral o clima é seco mas com mais chuvas e neve na região do Atlas e costeira mais pro período Nov – fevereiro do ano.
A presença do Islã é muito forte por toda a parte. Sempre se ouve os chamados do muezim para as 5 preces diárias (especialmente a primeira – ali pelas 5 da matina, considerando o silencio desta hora do dia) , mesmo em cidades grandes. A grande maioria das mulheres (mesmo nas cidades maiores) usa ao menos cobertura no cabelo e roupas compridas (ate o tornozelo).
Em geral o Marrocos passa a impressão de um pais numa boa fase, pois se vê muita obra em andamento (privada e publica), o povo em geral envolvido em atividades etc.
Mas é incrível a movimentação nos mercados, em geral nas cidades menores ocorrem uma vez por semana em cada cidade. E você vê na estrada o pessoal indo (de manha cedo) ou voltando para suas casas (pela hora do almoço) em grandes quantidades.
Outra coisa é o assedio ao turista, constante e permanente. Não tem como escapar. Você para na beira da estrada para apreciar uma paisagem, dali a pouco surge alguém do meio das pedras com uma bolsinha com coisas para vender.... No pátio de um mega supermercado em Fes, paramos o carro,  pois em seguida aparece um cara de lambretta para nos vender algo....
A comida básica é o tal do tajine – algum tipo de carne cozida (principalmente frango), com legumes e servido (tradicionalmente cozido também – mas agora usam panela normal antes...) naqueles pratos de barro com uma tampa em forma de funil invertido. O cuzcuz também é muito comum.
As mulheres, apesar da aparência de recato com a roupa, na verdade passam a imagem de quem de fato tocam tudo numa casa. Mas evitam nos olhar ou quando a gente se aproxima para perguntar, não gostam muito. Enfim – querem levar a vida delas sem serem perturbadas.
A região desértica não é muito grande e tem poucas estradas, alem disto é um deserto basicamente de pedras. Dunas de areia somente na região de HMida (alem de Zagora) e Merzuga (alem de Erfoud) – como se fossem ilhas de areia no meio dos desertos de pedra (estes chamados Hamadas).
Creio que a área principal e ocupada por montanhas de maior ou menor altitude (é comum nas estradas termos passos acima de 2 mil metros e tem ate alguns na faixa de 3 mil metros de altitude.) e também por campos de altitude, normalmente secos ou quase secos....
Andar no carro próprio aqui é quase tranqüilo. O transito parece caótico, na pratica cada um faz quase o que quer. Mas sempre tentando respeitar o outro etc. Então basta ficar de olho e ir indo com calma. O que não pode é ultrapassar a velocidade indicada nas placas – especialmente em travessias de cidades – que são muitas e tem placa pra inicio e fim de limitação a 60 km/hora. E é comum encontrar a turma com radar. Fomos pegos duas vezes mas conseguimos negociar e escapar sem pagar multa alguma (300 DRH). Os guardas são particularmente obcecados com este assunto de velocidade. Demais aspectos (ultrapassagem, estacionar em local proibido, sinal vermelho, buzinar, muito buzinar, os guardas não sem importam muito.
Sobre a moeda é o Dirham – que vale 8,3 DR um dólar americano. Para transformar direto em real – na cotação atual – seria mais ou menos dividir por 4 o valor em DR.
GPS é bobagem, pois as estradas são bem sinalizadas e nas cidades os GPS com certeza vão apresentar falhas. O que tentamos via Google Earth quase sempre deu problemas. Devido a quantidade de ruas, especialmente nas medinas.
Alias nas cidades com medinas pode ser uma boa opção (especialmente para quem esta de carro) se hospedar fora da mesma e ir de taxi ou a pé etc para visitar a mesma. Evita bastante confusão (as de Fes e Marrakesh são as mais complicadas).
Incrível como o Marroquino em geral se vira bem com línguas e tem curiosidade de aprender mais e estão sempre tentando se comunicar. Milênios fazendo comercio com tudo que é canto da África e Oriente Médio devem ter favorecido esta habilidade
Alias a questão de pechinchar – é de praxe e as vezes tem espaço para muito ganho mas é comum também o cara não topar grandes descontos e deixar por isto mesmo.
A região do deserto em si (trecho que compreende Ouarzazate – Zagora ate Merzuga- Erfoud ) pode ser um bom local para alugar um 4x 4 e se meter nos desertos, montanhas etc.
Dos trechos de carro que fizemos o mais bonito foi a ida de Er – Rachidia ate Azrou – campos de altitude, picos nevados, florestas de ciprestes e cedro do Líbano – enfim – uma paisagem sempre em mutação e muito bonita mesmo.
As cidades mais visitadas por turistas acabam tendo o desfrute prejudicado, pela insistência do pessoal em querer te indicar algo, ser teu guia, te levar num hotel, numa loja, num restaurante, numa atração ou sei lá mais o que... Eu especialmente me encho o saco disto. Fes e Marrakesh é onde a situação é mais forte.
Os taxis.... aqui tem petit taxi (normalmente carros tipo Uno ou Logan) que servem apenas dentro da área urbana principal. Fazem lotação e a maioria esta meio estourada. Para ligar as cidades (os ônibus não são muitos e talvez tenha fator custo...) tem os grand taxis... Não circulam na cidade. Ficam em pontos designados onde o petit taxi (ou outra forma) leva os passageiros ou recolhem gente na estrada. Mas o interessante é que estes grand taxis são em 99% dos casos Mercedes antigas. Tem Mercedes também rodando como carro particular. Provavelmente compradas usadas na Europa, antes daquelas mega revisões que é obrigatório fazer por lá e iniciam nova vida aqui no Marrocos.
No geral – do que vi o que mais gostei foi – NO LITORAL – Asilah e Essaouira; NAS MONTANHAS – Meknes (não tem tantas atrações como Fes ou Marrakesh – mas você circula com muito mais tranqüilidade) – NO DESERTO – Merzouga.
Não teria coragem de desaconselhar alguém a não ir ao Marrocos. Mas realmente quando fui embora não posso dizer que fiquei com saudades ou pensando em volta  ou algo nesta linha.

Adiciono o paragrafo abaixo alguns dias depois de ter escrito a parte anterior (hoje é 13 de novembro e estou de volta faz 3 dias)

Mas o resumo do que coloquei acima é

NAO VALE A PENA VISITAR - CASABLANCA, TANGER ou RABAT. Tem algumas coisas interessantes sem duvidas - mas nao o suficiente

O litoral é muito bonito e vale a visita, as montanhas e especialmente o deserto sao especialmente dignos de serem conhecidos. Se for de moto ou jipe 4x4 - melhor ainda. 

As cidades menores (destaco Meknes - não é pequena mas tem um clima mais tranquilo), Chefchauen, Tetuan e similares tambem são interessantes.

As duas cidades mais mencionadas em geral (Fes ou Marrakesh) acho que não é o caso de visitar as duas - a nao ser que haja um forte interesse em artesanato (conhecer ou comprar) - e eu escolheria Marrakesh entre as duas. 




PRINCIPAIS RECOMENDACOES
A)     IMPERIDIVEIS
a.       REST ROGET DES ISLE EM CASABLANCA (foi nossa melhor refeição – ate agora... – faixa de 100 US por casal com vinho)
b.      REST VILE FLORE – no noroeste da Medina de Marrakesh – muito bom também – mesma faixa de preco
c.       Rest M'Riste Houhar (Derb Laalouj) – perto do museu em Essaouira. Bem mais barato. Não serve vinho, mas o local, o serviço e principalmente o sabor da comida são excelentes - acho que seria a dica mais importante daqui....
c2. Ainda em Essaouira - patisserie la Bienvenue - dos melhores docinhos que comemos no Marrocos e o ambiente super legal. Local sem exageros - Rue Abdelaziz El Fachtali (Choure) - É a rua que vem da Bab Marrakesh - depois de passar as colonades (construções com colunas na frente e onde se concentra o mercado de artesanato.
d.      Hotel Riad Soleil Oriente em El Jadida. Tudo bom neste local, pequeno, bem pensado, agradável etc. Seu dono – Olivier – esta o tempo todo tentando tornar tudo o melhor possível. Faixa de 85 Euros por casal.  Não experimentamos o jantar dele, mas pelos sinais deve ser excelente e vale a pena tentar.
e.      Hotel Dar Daif em Ouarzazate (fica a uns 5 km do centro – MAS COMO VALE A PENA...). Tem um jantar ótimo, café da manha idem. O dono (Jean Pierre) conhece bem toda a região e esta sempre pronto para dar dicas. Não pedimos mas acho que podem arranjar excursões região.  Faixa de 70 euros por casal. Jantar custa 20 euros por pessoa e vale muito a pena.
f.        VILA ZAGORA – em Zagora. Faixa de 75 euros por casal. Foi o lugar que eu mais gostei. No meio de um jardim. Tudo legal. Imperdivel. Jantar ótimo também – faixa de 15 euros por pessoa.
g.       Riad Catalina – em Marrakesh – um Oasis no meio do tumulto da cidade. Muito legal mesmo. Imperdivel. Corredor apertado e tumultuado, bate-se na porta e de repente a gente entra num jardim muito bonito. Faixa de 90 euros por casal.
h.      Restaurante Najarine (perto da praça do mesmo nome) bem no miolo da Medina de FES
i.         Restaurante do Riad Meknes (e o hotel também) dentro da Medina de Meknes – lugar agradabilíssimo, atendimento legal, comida ótima e preço super convidativo
j.        Hotel Pietri em Rabat
k.       Hotel Darechchaouen em Chefchaouen

Hoteis em geral servem jantar e pelo jeito a regra é de que são bons.

B)      RECOMENDACOES adicionais.

1 – hotel Panorama em Arzou
2 – hotel Sable dOr em Merzuga
3 - hotel Saisons em Casablanca
4 - hotel Wassim em Fes (fica na cidade nova)
5 – hotel Le Grand Large em Essaouira
6 - hotel Ayour na garganta do Todra.  
7 – pizzeria les dunes em Erfoud
8 – confeitaria Asouan na Av Hassan em Fes (logo acima da av FAR) – doces e bebidinhas
9 – confeitaria Majestic em Rabat
10 – Rest do hotel Pietri em Rabat (especialmente jantar quando tem jazz – pra quem convive com fumaca de cigarros a vontade – lembram que já vivemos isto?)
11 – Rest Casal Garcia em Asilla
12 - Rest L'Initiale em Oulidia
12 – Rest El Merlo na praia em Tanger
13 – Hotel Atlas Almohades em Tanger.

C ) ROUBADAS – NÃO FACA OU EVITE

- Rest Isla Branca na Av Hassan em Fes (caro, demorado, lugar desagradável e a comida mais ou menos... que fria...)
- Safi em geral. Não vale o trabalho de ir ate la.
- Guia e Compras na Medina de Fes – todos insistem que precisa ter um guia. Não e o caso mesmo. A Medina em si e enorme, mas os mapas são bons, o caminho principal e sempre visivel etc. A não ser que você tenha um interesse especial em algum tipo de compra e daí o guia pode te levar em lugares especializados nisto. Não creio que isto aconteça na pratica mas enfim.... Fica o beneficio da duvida... NO que se refere a compras – as chances de você comprar a preço mais alto e com menor qualidade em Fes são grandes. Tenha cuidado.
- Taxis em Casablanca. Estao sempre em péssimo estado de conservação e te cobram – pelo menos – 4 a 5 vezes o valor da corrida. Não tem como escapar. Os do aeroporto cobram o valor normal (coisa de 30 a 35 dolares). Mas dentro da cidade os petit taxis (vermelhos) – FUJA DELES. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

chefchauen - tanger - tetuhan

 acima - entrega do gás no sistema jegue - abaixo o empilhamento de casas e escadas e mais abaixo uma vista geral de Chefchauen


 Florinda e Amilcar em trajes tipicos e abaixo a medina de Tanger - ao fundo a parte nova da cidade - relevo com vários morros

 acima o consulado da França (predio simbolico em Tanger) e abaixo a praça do Grand Socco - já apareceu em vários filmes...

 a Medina de Tanger e abaixo fim de tarde na praia urbana de Tanger

 acima teto da escola de aprendizes em Tetuan - especialmente trabalhado e abaixo calçadao em Tetuan no antigo bairro espanhol

 praça e igreja catolica em Tetuan (construida pelos espanhois - que ficaram aqui de 1912 a 1956) e abaixo as montanhas Rif vista de Tetuan - mais pra diante destas montanhas fica Chefchauen

 o rochedo de Gibraltar e abaixo Florinda cuidado dos pertences no embarque pra Espanha....

sábado, 3 de novembro de 2012

OUARZAZATE - DADES - TODRA - MERZOUGA - FES - VOLUBILIS - MEKNES - RABAT - ASILAH - CHEFCHAUEN - TANGER tudo no MARROCOS OU MOROCCO


Prezados visitantes deste blog. Nesta viagem mudei um pouco o esquema. Coloquei fotos em vários posts com uma explicação pra lá de sintética  Aqui neste post dou alguns detalhes do percurso em si. Mais pra diante quero colocar um posto com as tradicionais dicas praticas e também uma avaliação mais ampla. Vamos ver como fica. 



A partir de Ouarzazate fomos rumo Nordeste, acompanhando o vale do rio Dades, bem largo neste trecho. Montanhas nevadas (poucas), plano empedrado e praticamente deserto. Visitamos 3 gargantas – a do Nguma primeiro (logo após Skoura), a do Dades e a do Todra. Todas muito bonitas. A primeira é ainda pouco explorada então tem o lado de nos sentirmos mais tranqüilos. Dades é super explorada, fica longe da estrada mas a garganta em si é impressionante. Todra fica mais perto da estrada principal e é bem interessante. Se for para escolher apenas uma, eu ficaria com Todra. Todas possuem circuitos extras para carros mais adequados ou motos etc. A partir de Tinerhir, um pouco depois, tomamos o rumo sudeste indo direto para Erfoud. Terreno já fica bem mais bruto e desértico. Erfoud é uma cidade simpática, com muita atividade relacionada a colheita de tâmara e similares. Mais ao sul Rissani – que é a região onde praticamente começou a atual dinastia do rei Mohamed VI. E mais 30 km já vemos ao  longe as famosas dunas do Sahara e por fim Merzouga. A estrada ainda vai uns 40 km adiante. Mas deserto de pedra.
Argelia ali por perto. Em Merzouga a grande dica é subir as dunas para ver o sol se por ou nascer ou as estrelas. Fomos apenas ver o sol se por. A duna que subimos tinha um desnível de 100 metros mas bem inclinada. Foi suada a subida....

Saimos de Merzouga rumo Norte – voltamos por Rissani, Erfoud e El – Rachidia (cidade que nos causou péssima impressão). A partir dali o deserto termina e comecamos a atravessar vários tipos de terreno, beirando represa, campos de altitude, mais travessias, Midelt (cidade já com estilo dos Atlas e deixando pra trás o jeitao de cidade do deserto).
Após Midelt a estrada sobe pruns 1800 metros e temos uns campos de altitude fantásticos, florestas de cipreste e arvores similares, macacos marroquinos (tipo um babuino menos exagerado). Descida para Azrou e Ifrani – cidades de inverno, com casas com telhados tipo alpino e coisas assim. Muito diferente de todo o resto do Marrocos, cara de interior da Franca mesmo.

Depois mais descida e entramos no grande campo (a uns 800 metros de altitude) de Fes. Cidade grande mas da pra se virar bem.
A Medina de Fes basicamente é um local dedicado a te vender algo. Fora isto tem algumas atrações a serem visitadas, especialmente duas Medressas do sec 14 e o museu Najarine. A idéia é ficar perambulando por ali e sei lá fazendo bem o que. Perto dos muros da cidade tem o Borj Nord (uma fortaleza no alto) que da uma vista muito boa da cidade, especialmente final de tarde. Fora dos muros tem os ceramistas. As mesas de mosaico muito bonitas mesmo. 4500 euros uma mesa redonda (uns 2 metros de diâmetro) – já incluída a entrega na casa e os pés de metal... Mas bota bonito nisto.
Um dia fomos visitar Meknes (auto estrada super boa – 12 DR para 50km). A cidade não tem lá tantas atrações mas é muito agradável de visitar e dispender algum tempo por ali. Tem quase 25 km de muralhas (a gente vê muralhas em tudo que é parte – inclusive alguns trechos tem paralelismo das muralhas...)

Outro dia fomos visitar Volubilis e Moulay Idriss. Passeio pela área mais ao norte de Fes – paisagens bonitas etc.  A primeira e uma ruína romana, com vários mosaicos, num local especialmente bonito. Vale a pena. A segunda e onde está o tumulo deste Moulay – local de peregrinação importantíssimo etc. Não gostei. Não sei se vale a pena. Mas o lugar da cidade, encarapitada em dois morrotes- um de frente pro outro – é especial...
Depois de 5 noites em Fes – pegamos a auto estrada e fomos pra Rabat (50 DR pelos 180 km), estrada excelente, da pra manter 120 por hora numa boa. Guardas sempre de olho na velocidade. Neste trecho tinham 4 ou 5 grupos com radar. Param mesmo. Mas acho que tem negociação – se o excesso não for demais.

Rabat é a capital do pais, cara de Paris, com Rio de Janeiro, pouca gente de roupa típica, inclusive as mulheres com lenço já diminuem bastante. A Medina é bem boa de caminhar pois as ruas quase todas mantém paralelismo e não tem beco sem saída.  Tempo estava horrível. Alias o norte do Marrocos a partir de novembro fica um saco (já era previsto mas este ano veio antes...), não esfria tanto, mas dá lhe chuva que vai e vem. Tem o Chelah onde a cidade foi inicialmente (Cartagineses, depois romanos depois árabes), a torre Hassan incompleta (chegou aos 44 metros e não atingiu os 60 previstos...), o mausoléu do pai e do avo do rei atual. Este muito interesssante pelo capricho, luxo e pela quantidade de marroquinos que anda por ali.

Tinhamos deixado de ir no Ricks Bar em Casablanca no inicio da viagem. Deu comixao, pegamos um trem (140 km, 65 minutos, 9 reais cada perna por pessoa) e fomos jantar nele. Chegamos lá e – como sempre  - motoristas dos petit taxis de Casablanca nos esfaquearam. Mas o jantar, o serviço, o local etc do Ricks são muito bons. Ainda bem que fomos.
De Rabat voltamos pro Norte, auto estrada e fomos a Asilah, cidade fortificada construída pelos portugas (tem ate uma igreja católica em funcionamento por lá, com cara de igreja baiana). Hoje tem muita atividade artística por lá. Cidade MUITO simpática. Tipo de lugar legal para ficar uns dias coçando, lendo, meditando, vendo o mar etc.

Fomos dormir em Chefchauen. Muita serra pra chegar lá. Mas vale a pena. A cidade toda azul (esta a uns 1400 metros de altitude). Ruazinhas, lojas que te deixam olhar em paz, gente boa, não muito grande. Otima pedida termos vindo aqui. Montanhas altas do Rif ficam nos fundos da cidade. Na primeira noite as trovoadas batendo nas montanhas eram uma boa de ficar ouvindo e pensando na nossa fragilidade. Por sorte o sono vem logo.

Dali, rumo norte novamente e chegamos a Tanger. Pontinha norte do Marrocos. Espanha em frente. Devolvi o carro sem maior stress (3830 km, 18 km/litro ).  Aqui já é uma mistura total. Ingles, espanhol, Frances ate português você ouve na rua.
Realmente uma cidade completamente diferente do resto do Marrocos – talvez um pouco parecida com Rabat e Casablanca pelos traços europeus.. Mas a mistura é muito forte mesmo.
Agora é se preparar para atravessar para Espanha. 35 minutos de barco rápido ate Tarifa (o porto mais próximo – coisa de 15~ 20 km)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FOTOS ATUALIZADAS - ASILAH E CHEFCHAUEN E RABAT

 igreja catolica em Rabat - com bonde urbano  e abaixo vista da entrada do rio em Rabat - nunca deu para ser porto aqui - rio muito raso

 torrre Hassan (ia ter 60 metros mas parou nos 40) e mausoleu dos dois ultimos reis. Abaixo Medina de Rabat - bem mais facil de andar que as outras...

 acima caixao do Mohamed V - primeiro rei apos independencia (1956) e avo do rei atual. - abaixo a torre Hassan comecando a ser iluminada.

 acima - capa de chuva de turista desatento - abaixo mural (tem muitos) em Asilah

 fortificacao de Asilah e abaixo torre de vigia - ambas construidas pelos portugas no seculo XV

 caminhao moto home antigo de dois guris alemães e seu pastor branco. abaixo igreja catolica em Asilah.... Tem uma missa por semana

as montanhas Rif - rumo a Chefchauen - que esta abaixo - a cidade azul (dizem que para refrescar as casas e espantar os insetos...)

 os azuis em Chefchauen

 acima praca principal de Chauen e abaixo vista geral do casario da Medina