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terça-feira, 25 de maio de 2010

BOLIVIA PARTE 1 - Até Potosi

Vou jogando algumas informações por aqui e depois vamos complementando

Participamos Marcos Kummer, Angelo Ziliotto e eu. Lembrando que nós 3 mais Fabio Doubek e Claudio Azevedo fizemos roteiro por Bolivia, Peru, Chile, Argentina e Uruguai - de kombi - em 1976.... ou seja - nosso passado nos condena

as fotos estão no SHUTTERFLY (nao precisa se cadastrar)

https://share.shutterfly.com/action/welcome?sid=xActmzhm4Zs2rqo

saimos 7 de maio de madrugada e voltamos no domingo 23 de maio no meio da tarde

5950 km sendo 1600 de terra

estivemos a 4200 metros de altitude no ponto mais alto

usamos uma pajero tr4 2007 que está com 70 mil km

combustivel gasolina - valor medio - 1 us no paraguai e 0,6 us na bolivia.....

o roteiro basico foi

Curitiba - Assunção - Filadelfia (colonia menonita no chaco paraguaio) - Villamontes (primeira cidade no chaco boliviano) - Tarija (vale de vinhedos a 2 mil metros de altitude no sul da Bolivia) - Tupiza (ja no altiplano boliviano - regiao onde B Cassidy e S Kid andaram) - Uyuni (onde fica o salar) - Potosi (a cidade mais alta do mundo e junto a famoso Cerro Rico - mina onde 10 a 15 mil pessoas trabalham todo o dia até hoje - dizem que já morreram mais de 6 milhões de pessoas lá dentro) - Sucre (ex capital da Bolivia e cidade maravilhosa - uma jóia) - Santa Cruz de la Sierra (segunda cidade da Bolivia - muito agitada - muita grana - muita violencia enfim - emergente) - Corumba - Campo Grande e Curitiba de volta.

A motivação foi se compondo ao longo do tempo, mas diria que

- queriamos refazer de alguma forma a viagem de 76

- queriamos atravessar e conhecer o tal Chaco

- e visitar Potosi, Sucre e principalmente o salar de Uyuni

- fazer o trecho Santa Cruz a Corumba de carro (fizemos com o carro em cima de um trem naquela epoca)

enfim - cositas assim

Apreciação geral

- Assunção está uma boa cidade, com fortes melhorias em relação a quando estive lá em 1992 aproximadamente. Com certeza a maior parte deste desenvolvimento ocorre ao longo da Calle Espanha que vai do aeroporto até o centro (shoppings, museus, lojas de carros, restaurantes e bares etc....)

- Mas de qualquer forma atravessamos o Paraguai de maneira tranquila.

- A regiao dos menonitas (Loma Plata, Neuland e Filadelfia) é bem peculiar. Os nativos trabalhando forte na parte menos remunerada e os menonitas gerindo e tocando o resto. Ficamos no hotel Florida - muito bom (55 x 3 - isto significa preço em us dolar para 3 pessoas com cafe da manha e garagem). Piscina legal, quarto novo e bem instalado (até com luz de cabeceira para leitura...). Varios hospedes de origem germanica ou similar. Ruas na maioria de terra mas tudo bem cuidado e ordenado. Lembra as nossas colonias aqui no PR (entre rios, witmarsum etc...) mas com um toque de distanciamento mais forte.

- fora isto o Chaco muda pouco a paisagem (regiao de buritis mais alagada, depois florestas mais fechadas, barrigudas, matao tipo caatinga, solo arenoso em geral). Muito gado se ve por ali. Plantação em torno de Filadelfia e região.

- A Migraciones paraguaia fica a uns 250 km da divisa em mariscal estigarribia. Tem que carimbar o passaporte para saida ali.

- Depois a situação fica mais desertica ainda.

- Na Bolivia começa o po (140 km da divisa até Villamontes - ainda no Chaco mas se vendo os Andes aos fundos). Este trecho está sendo asfaltado. Mais uns anos deve estar OK.....

- Villamontes é bem feia e desagradavel mas com um ar completamente diferente do paraguai. Já se ve gente mascando coca, cholas, mensagens nacionalistas nas propagandas etc... Dali sai estrada de 400 km ao norte até santa cruz e para o sul vai dar na Argentina.

- Ai tambem o rio Pilcomayo sai dos Andes. Este rio nasce perto de Potosi e Sucre e colhe agua de uma razoavel regiao montanhosa da Bolivia, daqui em diante ele faz a divisa Paraguay com Argentina até desembocar no rio Paraguai em frente a Assunçao.


- Dai tomamos uma estrada que nos primeiros kms acompanha o Pilcomayo a uns 100 metros de altura. Perigosa, caminhoes, abismos e buracos, curvas estranhas. Depois saimos do vale deste rio e seguimos em frente. 255 km em 6 horas de viagem. Chegamos a Tarija tarde da noite.

- E uma coisa que fomos aprendendo com os dias - aqui quase nao se fala em kms de distancia e sim em horas. Em media nas estradas de terra - que são a esmagadora maioria - anda-se a uma media de 30 talvez 40 km por hora. Ou seja - ha que se ter calma

- Tarija fica num vale a 2000 metros de altitude, tem clima agradavel, influencia argentina forte. Fabricam vinhos, doces e presunto cru (tipo espanhol). Este me pareceu o mais gostoso. Os vinhos que experimentamos sao bem razoaveis (campos de solana, kohlberg, aranjuez, concepcion, magnus etc,,,). Tem tambem a sangani que é tipo uma graspa, pois é feita de uva.

- Ficamos no hostal del Carmen. Interessante que o jardim interno é fechado pelo frio. (us 50 x 3). Almoçamos no Gatopardo - maravilhoso (bife de chorizo, entrada do presunto local, bom vinho, tomamos uma pacena para matar a saudade etc e tal)

- Dia seguinte saimos do vale, longa subida de terra até os campos mais altos. Tem o parque de samai pampa (tipo os campos com lagunas do ATacama) , depois uma longa descida até o rio vermejo e da-lhe subir tudo de novo até o altiplano central da Bolivia (descemos uns 1000 metros e subimos uns 1500 metros de altitude). Carretas grandes passam nestas estradas. E engraçado de se ver. Mas o pessoal dirige tranquilo, nao se estressa, nao se apressa demais. Tenta acompanhar o fluxo.

Tarija tem uma musica tipica - com toques argentinas e andinos. Bem legal.

NO geral o boliviano é muito muito simpatico e tenta ajudar como pode. NO campo ou na cidade.

Comidas há que cuidar da pimenta (aji) pois gostam da comida picante.

Pra altitude nao tem jeito - mascar folha de coca, tomar chá de coca mais pilulas anti-soroche. Vale a pena. Tambem manter o quarto umido a noite (molhar a toalha ou peça de roupa e deixar junto do nariz) - ajuda muito. Evitar alcool a noite. etc.....

Enfim - chegamos no altiplano. A esquerda dá pra descer pra Bolivia, fomos a direita, rumo norte. Um pouco mais e chegamos em Tupiza (total 210 km em 6 horas tambem....). Tupiza é um autentico velho oeste. Bem boliviana. Aqui já tem folha de coca pra vender em tudo que é canto. Ficamos no hotel mitru (40 us x 3) e jantamos por ali. Sem muitos recursos. No mercado vimos os tais fetos de lhama - vendedora ficou agitada quando Kummer foi tentar fotografar. Sao usados para oferendas a Pacha Mama.

Dia seguinte seguimos para Uyuni. Vulcao Choroloque nos acompanhando (5670 msnm), muita mineração. Estivemos a 4200 msnm. Atocha (capital da mineração) - um mini horror. Perdi meu cartao de credito mas fui num locutorio e a preços bem acessiveis (0,3 a 0,5 us por minuto para o Brasil - cyber na faixa de 0,6 us por hora....) consegui bloquear o cartao e ja pedir um novo.

tambem 200 km em 5 horas. Chegada em Uyuni passa por trecho muito plano, muitas lhamas, alguns guanacos, depositos de sal ao longe, miragens, areais grandes. Montanhas de tudo que é cor de mineral.

Uyuni é muito feia na chegada. Lixo espalhado pelo campo, ruas feias, casas feias, monumentos feios. Frio e seco. Mas nos instalamos no Tonino (50 us para 3 - quarto sem calefação e chuveiro eletrico - sofremos um pouco). Mas tinha a pizza do minuteman (pizza grande 10 us - vinho 7 us). Gente de todo o mundo, salao quentinho, fotos legais (mania do pessoal no salar de fazer efeitos nas fotos ou tirar fotos pelados). Mapas muito bons (o melhor que vi era alemao - reise-know-how.com.de) . Cafe da manha tambem muito legal. Nosso guia era ligado a agencia do hotel. Senhor Braulio (no chistes please....) - email dele - braulius_guia_tours@hotmail.com (fone celular 72402903) -nos cobrou 35 doletas pelo dia de guia.

sobre fones - comprei chip pre pago. 0,20 us por minuto para qualquer celular e longa distancia. Facil de usar. Tem codigo de operadora. Celular é numero unico nacional (nao tem codigo de area nem selecao de prestadora)

Braulio nos levou ao salar. Que coisa. Nao quero falar muito. E uma placa branca infinita. Fizemos um trecho em linha reta de 100 km cruzandoum canto dele.....

Almoçamos na isla pescado - fria (comida devia estar estragada - fez mal a nós 3....). Processo de retirada do sal (montes de 1 tonelada que vao secando e depois sao transportados). Hotel de sal (uns 10 km da beirada) - cheiro meio estranho lá dentro. Nao gostei. Ojos del salar (buracos com agua sulfurosa). Os cristais cubicos de sal. As lebres e os cactos na ilha pescado. Contrabandistas de carro atravessando o salar vindos do chile.

Alias a Bolivia quase so tem carro usado. Comprado em lapaz, vindo da europa via chile ou contrabando direto mesmo.

Que paisagem. Que experiencia. Se voce tem saude e acha que aguenta - VÁ HOJE MESMO AO SALAR DE UYUNI.

Tem tambem em Uyuni o cemiterio de trens. Foram abandonando os trens por lá. Na privatização da ferrovia eles na fizeram parte. A população vai roubando coisas (a gente via por toda a parte utensilios feitos com peças de trem ou dormentes)

Tambem comemos frango com arroz e batata frita num super muquifo dos bolivianos junto a feira semanal. Experiencia legal.

Dia seguinte (isto já era 15 de maio ) rumo Potosi. Obras da OAS bem organizadas para asfaltar. Deve ficar pronto logo. Fronteira ARgentina rumo Tupiza tambem.

Chegamos em Potosi na hora do almoço. O tal Cerro Rico fica simplesmente dentro da cidade. Com sua imponencia e feiura (todo descascado e com rejeitos por toda a parte). Cidade começa lá no fundo do vale e vai subindo. Centro historico fica bem no alto. É bonito. Ficamos no hostal Colonial (50 us x 3) muito legal e acolhedor e almoçamos duas vezes no El Meson (num restaurante um bom prato sai na faixa de 7 us. Um almuerzo - entrada, sopa, principal e sobremesa - sai na faixa de 3 a 6 dolares).

Muito frio, garoa (totalmente inesperada nesta epoca do ano). Dormidinha gostosa depois do almoço. Fomos conhecer a cidade. La Moneda (visita guiada); catedral sempre fechada; mercado de carnes (destrinchando um boi - bem heavy a cena) ; mercado de roupas; varias igrejas e conventos (visitei o de santa Teresa e gostei); arcos (portais); desfile escolar dançando (como sempre aquele passinho deles....), igreja de Jerusalem; as pracinhas no meio da cidade; muitas balcoes; casa das 3 portadas;

Houve uma certa duvida em ir embora no dia seguinte ou dormir 2 noites aqui e sair na segunda. Acabamos saindo na segunda (17 maio). Rumo Sucre. Asfalto inteiro. Campos bem cultivados, sempre tem um vale profundo para atravessar. Mas Sucre é bem mais baixo. Que alivio e que sensaçao boa voltar a respirar normalmente. Acho que abaixo de 3 mil metros a coisa fica mais facil.


HOTEL EM ASSUNCION - Palma del Sol

hotel em Tarija - solar del Carmen

restaurante em Tarija - gatopardo

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