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terça-feira, 3 de abril de 2012

CHEGADA NA GUIANA FRANCESA E KOUROU

Fomos carimbar a entrada no passaporte, na verdade no meu (italiano) não precisaria, mas enfim...

Já na rampa do cais uma bruta placa escrito FRANCE e com as regras de transito principais (velocidade) mais a questão de mudança de lado da direção.

Fomos adiante no rio, um escondido onde mora o dono da piroga e o indiano (não consegui entender o nome dele - algo tipo AVRAMANIT) deixa o carro dele. Era um furgão super velho peugeot. Confesso que fiquei meio arrependido. Mas foi otimo, andava bem e fomos em paz. Conversávamos um pouco, as vezes silencio. Ele tem verdadeiro horror dos africanos em geral. Ficava tenso mesmo quando eles por perto.

A cidade onde desembarcamos chama Sant Laurent du Maroni. cidade das maiores da Guayana, mas dizem que meio violenta pelo problema de trafico de drogas, assaltos etc. Pessoal que atravessa do Suriname, apronta e volta correndo essas coisas de fronteira.

Mudança radical em tudo. Onibus de alto padrão franceses, muito carro francês novo, placas estilo França e por aí vai. E - claro - todos falando francês.....

Paisagem muda, pois do lado do Suriname região plana similar a quase toda a costa até Gtown. Aqui mais morros ondulações etc, mato mais fechado, estrada com bastante curva, mas bem cuidada (acostamento não se vê). Como é o padrão nas Guianas - de repente um bruta rio aparece. Os daqui bem menos barrentos, agua tipo chá escuro. Surge uma barreira da Receita Federal (Douane) com uns 8 caras, todos agitados etc. Falando ingles. Quando descobrem que nós dois estamos vindo do Suriname a coisa complica. Todo o tipo de pergunta. Porque eu carregava tão pouca bagagem, porque escolhi este roteiro, porque tão poucos dias em cada cidade e por aí vai. Mantive a fleuma, revistaram tudo e indiano e eu seguimos em frente. Mais uns 20 km outra barreira (fixa esta) bem no rio Iracoubo). Mas aí mais pra ver documentos do carro etc.. Dias depois li no jornal que um cara foi barrado ali e se jogou no rio que ficava logo em seguida....

Seguimos até Kourou onde eu queria ficar. Chegamos lá pelas 15:30 horas (saí 9 horas de Parbo, atravessei ali pelo meio dia etc...). São 200 km da divisa até aqui.

A cidade é meio estranha. tipo Brasilia, espaços, rotulas, sem sinal, muita área verde, blocos de apartamentos uniformizados. Como tudo fecha entre 13 e 16 horas, a cidade parecia que era domingo a tarde. Ficamos meio sem saber onde eu saltar. O indiano querendo seguir em frente e pedi para ele me deixar numa loja de celular e eu me virava.

Achamos uma loja (até isso foi dificil...) e eu por ali fiquei.

O cara ficou meio sem jeito mas seguiu em frente.

16 horas chegou a moça da loja e abriu a mesma. Comprei o chip (20 euros, mas apenas 5 euros de credito - só que isto dá pra falar um monte - chamada local e INTERNACIONAL - menos de 0,5 euro o minuto). O engraçado é que na loja tinham outras 3 pessoas e todos brasileiros. Chegou um cara com a filha - brasileiro tambem.... Diz que aqui tem muito trabalho e a policia não enche o saco com documentos.

Um deles me levou até o hotel – que não foi fácil conseguir – pois os hotéis mais baratos só atendem em alguns horários etc.. Mas enfim – fiquei no Tipic Accueil (na verdade dois aptos numa casa muito legal, a dona me tratou super bem, o lugar bem gostoso – só que se ela não empresta a bicicleta para eu ir no mercado etc... ficava complicado). 50 euros mais 6 pro café da manha (simples mas uma delicia – croissant, geléias, uma tigelona de chocolate etc)

Dia seguinte fui pegar o barco (Tropic Alize – 48 euros ) para ir visitar as Ilhas Salut (onde ficou o Dreyfuss e o Papilon – uns dizem que este Papilon foi invenção etc..). No centro espacial não fui. Não tenho grande interesse e era bem complicado de ir. Teria que reservar com boa antecedência. O barco tambem só conseguimos vaga na quarta empresa. Fica na rua que liga o hotel Atlantis com o hotel Mercure (estes no patamar de 80 euros)

Enfim – foi um passeio legal. Praticamente não aparecem turistas não franceses por aqui e menos ainda brasileiros. Trabalhadores tem de monte do Brasil – dizem que a policia aqui não pega muito no pé do pessoal etc... No barco o imediato era brasileiro fomos batendo papo etc.. Ele comentando de querer vir pro Brasil dar aulas de Frances ou trabalhar com navegação etc. Como o barco estava na barra do rio Kourou, pegamos aquelas ondas de entrada de barra. Mas como é um catamaram de bom tamanho fomos tranqüilos. Agua barrenta, até as ilhas dá uma leve clareada. Mas uma delicia para tomar banho. Temperatura super agradável etc...

Fomos primeiro na ilha Royale, onde ficava a administração, hospital, igreja e os presos mais queridinhos (acho eu). Tem um hotel bem legal hoje. Andei por ali, celas, cotias, araras, um tanque que era cisterna e onde eles mantem um jacaré, muitas flores, o vento uma delicia, as celas meio conservadas mas muito pouco. Gostei especialmente do hospital e do vento.

Depois atravessamos pra ilha Saint Joseph, tomamos um banho por ali e subimos visitar outras celas, mais abandonadas, meio labiríntico. Foi bem mais legal, ainda mais com aquelas arvores enormes nascendo dentro das celas e espalhando raízes pelo corredor, muitas teias de aranha, enfim – um ambiente interessante. A ilha do diabo não é visitada, pelo acesso ser muito difícil etc.

Dizem que a sopa de peixe do hotel (10 euros - menu completo 25 euros - se eu voltar lá vou encarar isto) é excelente.

Em todas as 3 ilhas muitos muitos coqueiros, mas ninguem colhe os cocos, ficam pelo chão, brotam, apodrecem, um desperdicio.

Volta tranqüila, fui jantar numa espelunca da AV Charles de Gaulle – mas tudo muito ruim e caro. Melhor é comprar queijos e frios no super mercado e encarar o vinho nacional mesmo.

Dia seguinte outra batalha para conseguir ir pra Cayene. A muito custo consegui um taxi que me levou ate o ponto do ônibus. Depois de uma hora esperando acabei me arranjando com um taxi que cobrou 40 euros para me levar até o hotel Central em Cayene (60 km).

Pra quem precisar de TAXI em Kourou seguem os numeros que consegui - todos começando com 0694: 22 91 62; 26 91 62; 44 33 50 (Frankie - arranha ingles tem uma X TRAIL Nissan) e 43 52 65 (Gilles - tranquilo - o que me levou pra Caiena)

A respeito do telefone - voce compra um chip por 20 euros que vem com 5 euros de credito - isto dá uns 15 minutos de conversa. Tem numeros na Guiana Francesa que começam por 0694 (diria que os celulares em geral) e outros com 0594 (os fixos...). Mas se liga de outro pais - disca o codigo do pais (que é tambem 0594) e dai um destes dois codigos (enfim - coisa de frances...)

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